O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) Azaléia e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino nesta semana e destacou um problema identificado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Segundo dados da Coordenadoria de Urgência da Sesau, 80% dos pacientes das UPA’s e Centros Regionais de Saúde (CRS’s) poderiam ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF).
Estes pacientes, classificados como azul ou verde (de menor gravidade), são geralmente os que mais esperam nas UPA’s, onde a preferência de atendimento é dada a classificados como vermelho e amarelo (casos de maior gravidade). Eles poderiam ter um atendimento mais rápido e com muito mais qualidade se procurassem uma UBS ou UBSF.
Durante a visita, o prefeito encontrou um contraste: a Unidade Básica de Saúde do bairro Azaléia vazia e a UPA Coronel Antonino com muitos pacientes esperando atendimento.
“Esses problemas acontecem porque as pessoas não sabem que podem encontrar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde do seu bairro. As UBS’s atendem a comunidade local. Todas as pessoas que possuem uma pequena gravidade de enfermidade ou enfermidades crônicas devem ser tratadas nas UBS’s.
Na prática, o paciente tem uma febre baixa durante a noite. No outro dia, pela manhã, ele pode procurar uma Unidade Básica de Saúde para investigar o que está gerando esta febre. Mesmo ela (a consulta) não estando agendada. Todas as UBS’s possuem escala para atender pacientes não agendados. Os médicos destas unidades não têm quantidade mínima de pacientes, mas horário de plantão, onde atendem os pacientes que procuram a UBS”, explicou o prefeito Marquinhos Trad.
O coordenador do Grupo de Apoio de Gestão em Saúde, Bruno Rocha, orienta a população a procurar as UBS’s, que são responsáveis pelo tratamento dos problemas crônicos. “A população precisa ir mais à Unidade Básica de Saúde. Ela precisa dizer pra gente o que não está funcionando lá. As UPA’s não resolvem problemas crônicos, mas momentâneo. Quem trata a doença é a UBS. Na UPA, só são tratadas emergências”, detalhou.
A enfermeira da Unidade Básica de Saúde do bairro Azaléia, Fátima Durães, ressalta que, geralmente, uma UBS está disponível para 10 mil pessoas e funciona das 7 às 19 horas, onde vários atendimentos são realizados.
“Nós atendemos hipertensos, diabéticos, gestantes e casos agudos, como de dengue, onde recebemos, acolhemos e fazemos classificação de risco. O paciente que chega até nossa recepção é direcionado ao funcionário que está na função de acolhedor ou assistente social, que encaminha para o enfermeiro da classificação de risco. Lá, identificamos o problema e encaminhamos o atendimento, onde conseguimos reduzir os problemas de superlotação nas UPA’s, que devem atender urgência e emergência”, pontuou.
Diferença no Atendimento
Nas UPAs e CRSs, os atendimentos são feitos conforme a classificação de risco. Ao dar entrada na unidade, o paciente é atendido na recepção e, posteriormente, encaminhado para a sala de triagem, onde um profissional de enfermagem fica responsável por fazer essa escuta e classificação. O profissional ouvirá as queixas do paciente para deliberar o atendimento conforme o seu estado de saúde, classificando o como azul e verde (para casos de menor gravidade) e de amarelo ou vermelho (para casos de maior gravidade).
Em casos em que o paciente é classificado como amarelo ou vermelho, o atendimento é imediato. Nos casos de menor gravidade, o tempo protocolar de espera do Ministério da Saúde é de até 4 horas.
Por conta disso, muitos pacientes que são classificados como de menor gravidade se queixam da demora do atendimento, uma vez que a demanda é cada vez mais crescente e a quantidade de profissionais é limitada. Esse procedimento, do Ministério da Saúde, se faz necessário para garantir que aquele paciente que realmente precisa do atendimento imediato tenha a assistência.