O ministro da saúde, Luis Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira (29), que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não será extinta; mas, que estudos e planos para melhorar o atendimento aos indígenas e diminuir a corrupção e fraudes devem acontecer nos próximos meses. A questão da saúde indígena e municipalização foi tratada essa semana pelo Ministério da Saúde onde houve discussão sobre uma possível medida provisória do governo federal que poderia modificar a política indigenista brasileira.
O ministro que esteve na Assembleia Legislativa de Campo Grande para participar do Encontro Público-Privado de Doença Renal Crônica, explicou que o Ministério da Saúde está criando uma Secretaria Nacional de Atenção Básica que vai trabalhar com distritos sanitários para toda a população, e a ideia era “somar” integrando a Sesai- deixando-a como uma Secretaria de Atenção Primária e Indígena- igualitária a de toda a população. “Hoje no Brasil, nós temos 750 mil índios aproximadamente, e explicando a grosso modo seria mais fácil comprar remédios para toda a população junta do que estando separados. Ganharíamos agilidade com programas de saúde da mulher, do homem, da criança e do idoso”, disse Mandetta.
Contudo, ele deixou claro em entrevista ao JD1 Notícias que a vontade dos indígenas irá prevalecer. “Seria muito bom trabalhar juntos como brasileiros que somos dentro de uma unidade federativa, mas, as comunidades indígenas entendem que não; eles querem ter um sistema separado até mesmo por conta da história, cultura e perdas que eles tiveram, estão muito assustados, por isso vamos manter a Sesai a pedido deles”.
O fim da Sesai e a municipalização da saúde dos índios, foi ventilado nesta semana e comunidades de diversas etnias fizeram protestos por todo o país, inclusive hoje, centenas índios terenas interditaram as rodovias MS-080 e BR-262 em Mato Grosso do Sul, protestando contra a possível medida provisória.
Reunião com indígenas
O Ministério da Saúde fez reunião na quinta-feira (27) com representantes de etnias indígenas de diversas regiões do país, iniciando negociações visando a definição de um novo modelo de assistência de saúde para essas populações.
A reunião na CAS foi acompanhada por lideranças de diversas etnias, que demonstraram preocupação, com a tal medida provisória. No encontro, Mandetta negou que essa seja a intenção da pasta, e que dialogará com as lideranças indígenas e autoridades de saúde estaduais e municipais, na busca de um modelo mais eficiente para as populações. O Ministério Público Federal, informou, também participará das negociações.
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