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Política

Obama fala de políticas mais duras contra a violência após massacre

17 dezembro 2012 - 10h19Reprodução

Em um discurso feito em Newtown, Connecticut, na noite deste domingo (16), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou sobre políticas mais duras contra a violência para que tragédias como a que matou 26 pessoas - 20 delas crianças - na escola de educação infantil Sandy Hook na última sexta-feira (14) não se tornem rotina.

Citando os nomes das 20 crianças - com entre seis e sete anos - mortas no massacre, Obama pediu em uma cerimônia religiosa ecumênica em Newtown que todos "façam com que nosso país seja mais digno" em memória das vítimas, após transmitir aos familiares e amigos dos mortos "o amor e as orações" dos Estados Unidos.

“Estamos preparados para dizer que somos impotentes diante de tal carnificina? Que [fazer] política é muito difícil? Estamos prontos para ver a violência atingir nossas crianças em nome da nossa liberdade?", questionou, referindo-se ao direito de portar armas, tema polêmico na política norte-americana e defendido entre fortes setores da comunidade.

Em seu discurso no auditório do colégio de Newtown, Obama perguntou a seus compatriotas se "estamos fazendo o suficiente para proteger nossas crianças". "Refleti nestes últimos dias e, para sermos honestos, a resposta é não".

O presidente admitiu que nenhuma lei pode, sozinha, eliminar a violência de um país. “Mas isso não pode ser desculpa para não agirmos”, disse. “Temos a obrigação de tentar. Não podemos aceitar eventos como esse como nossa rotina”, falou, visivelmente emocionado.

O presidente dos Estados Unidos disse que é tarefa de todos da nação cuidar das crianças para que elas cresçam em segurança.

Referindo-se a outros ataques com armas que fizeram diversas vítimas neste ano nos Estados Unidos, Obama disse que “essa é a quarta vez que confortamos famílias de vítimas” e que isso não poderá mais ser tolerado.

O presidente americano acrescentou que, nas próximas semanas, usaria todo o "poder a ele confiado" em um "esforço para prevenir novas tragédias", mas não fez nenhuma menção direta à discussão sobre um controle de armas mais rígido no país ou, eventualmente, sua proibição.

"Não podemos aceitar que fatos como estes se tornem rotina. Estamos dispostos a admitir que somos impotentes diante destes massacres como o de Newtown? Que a situação política é demasiado difícil?" - perguntou o presidente sobre a posse de armas nos Estados Unidos.

"Estamos dispostos a dizer que uma violência como esta, da qual são vítimas ano após ano os nossos filhos, é de uma maneira ou outra o preço a pagar por nossa liberdade?" - desafiou Obama, indicando que vai liderar o debate sobre a venda e a posse de armas no país.

A senadora democrata Dianne Feinstein anunciou que apresentará um projeto de lei assim que o novo Congresso assumir, em janeiro, para proibir a venda de fuzis de assalto à população.

"Vou apresentar no Senado e o mesmo projeto será introduzido na Câmara baixa, um projeto para proibir este tipo de armas", disse a senadora da Califórnia à rede NBC.

Críticos de Obama lembraram que ele já fez discursos semelhantes, embora com um tom menos afirmativo, em outras ocasiões, como quando a ex-congressista Gabrielle Giffords foi atingida na cabeça ao sofrer um atentado em janeiro do ano passado.

Obama leu os nomes dos seis funcionários e das 20 crianças da escola Sandy Hook que morreram no atentado. O pronunciamento do presidente dos EUA foi precedido de um ato ecumênico em memória às vítimas.

Identidade do atirador
Neste domingo, a polícia dos Estados Unidos confirmou a identidade do atirador como sendo Adam Lanza, um rapaz de 20 anos que era "quieto e inteligente", segundo amigos.

Até então, o nome do suspeito era divulgado só pelas redes de televisão e imprensa locais, mas a polícia não confirmava.

Adam Lanza havia estudado em Sandy Hook e, de acordo com um livro da vizinhança, gostava de futebol americano, andar de skate e jogar videogame. Ele não tinha nenhuma passagem pela polícia.

Via G1 com informações da BBC

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