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Política

O que de "muito estranho" acontece na CPI de Soraya?

Ciro Nogueira levou ao presidente do Senado "denúncia" de extorsão na Comissão das Bets; senadora nega envolvimento e "some"

13 dezembro 2024 - 19h27Pedro Molina     atualizado em 13/12/2024 às 19h30

A revista Veja denunciou, em matéria publicada nesta sexta-feira (13), o suposto envolvimento da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga sites de apostas no Senado, de estar envolvida em um esquema de extorsão de empresários do setor.

Durante uma oitiva da CPI das Bets, Soraya e Ciro Nogueira (PP-PI) discutiram após a sul-mato-grossense afirmar que pretendia convocar representantes do governo de Jair Bolsonaro (PL), em que Nogueira atuou como ministro da Casa Civil, para questionar a demora na regulamentação das bets.

Foi após um ‘bate-boca’ entre os dois que Nogueira disse que a senadora teria que “se explicar” na CPI.

Logo após a discussão, Ciro Nogueira procurou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para denunciar algo “muito grave” que estaria ocorrendo nos bastidores da CPI. Segundo a matéria divulgada pela Veja, esse fato grave seria um esquema de extorsão, com envolvimento do lobista Silvio de Assis.

O suposto esquema tinha início com um parlamentar da CPI apresentando requerimentos convocando empresas para prestar depoimento, momento em que a empresa era abordada pelo lobista, que afirmava ter influência sobre alguns congressistas e que poderia evitar o “constrangimento”, mas que isso teria um “custo”.

Nogueira teria relatado a Pacheco e Rogério Carvalho (PT-SE) que uma das vítimas desse esquema é o dono de um site de apostas, que após ser alertado que seria convocado, foi abordado pelo lobista, afirmando que poderia reverter a convocação em troca de dinheiro.

O empresário teria recusado a proposta e, pouco tempo depois, teve a convocação aprovada pela CPI.

Apesar da denúncia, Ciro não acusou diretamente Soraya de fazer parte do suposto escândalo, mas lembrou que a senadora, como relatora da comissão, tem o dever de coordenar e supervisionar a investigação. Ciro também apontou que ela mantém uma relação de proximidade com o lobista em questão.

À Veja, Silvio de Assis contou que não sabe o motivo de seu nome estar envolvido no caso, e que acompanha de perto os trabalhos da comissão para a produção de “um documentário”. Indagado sobre o envolvimento com Soraya, ele disse que conhece “mais de 50% dos senadores”.

O senador informou a Pacheco e Carvalho que o esquema já está sendo investigado pela Polícia Federal (PF).

Soraya nega envolvimento

Em sua defesa, Soraya confirmou à Veja que conhece Silvio, além de afirmar que existem fortes indícios de que algo grave se passa nos bastidores da CPI.

A senadora também conta que ouviu uma mensagem de áudio de um parlamentar, cujo ela não revelou a identidade, encaminhada a um empresário, que também não teve o nome divulgado, que foi convocado para depor, onde seu colega de Comissão pedia R$ 100 milhões para “resolver o assunto com a Soraya”.

A sul-mato-grossense comentou que o senador estaria usando seu nome sem autorização, e que já encaminhou uma denúncia à PF.

Envolvimento com o lobista

Apesar de negar o envolvimento, Soraya já recepcionou Sílvio em Campo Grande, onde em uma das visitas o apresentou ao então procurador de Justiça de Mato Grosso do Sul, Alexandre Magno Benites de Lacerda.

Além disso, irmã do lobista, Sandra Barbosa de Assis, e o genro, David Vinicius Orue de Oliveira, são nomeados no gabinete da senadora em Brasília.

O JD1 entrou em contato com a senadora, mas não teve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para posicionamento da parlamentar.

Confira o vídeo do 'bate-boca' entre Soraya Thronicke e Ciro Nogueira:

 

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