Uma mulher, que não teve o nome divulgado, foi resgatada de uma situação de violência doméstica em Campo Grande, após enviar um e-mail para Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul.
Conforme as informações repassadas pela defensoria, o resgate começou quando a vítima mandou um e-mail contando o que estava passando e revelando seu endereço. A defensora pública Camila Maués dos Santos Flausino, titular da 4ª Defensoria de Defesa da Mulher de Campo Grande, detalhou que a partir disso, as equipes começaram a tentar resgatar essa mulher.
“Com poucas informações, apenas um e-mail e um endereço, ela relatou que estava submetida a agressões físicas e sexuais por parte do companheiro, além de estar em condições de cárcere privado. A mulher também revelou que o agressor já havia tentado matá-la em outras ocasiões”, detalhou a defensora.
Diante da situação, a assistente social do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), Elaine França, foi acionada para expediu um ofício requisitório à Patrulha Maria da Penha em que solicitava a verificação imediata do caso.
“No mesmo dia, uma guarnição da polícia foi até o endereço indicado, onde confirmou o cenário de violência. A vítima e o agressor foram encaminhados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para adoção das medidas legais necessárias”, pontua a defensora.
Apesar dos esforços das autoridades e da equipe psicossocial da Casa da Mulher Brasileira, a vítima optou por não solicitar medidas protetivas de urgência ou aceitar o abrigamento.
Devido a gravidade do caso e o elevado risco de feminicídio, a defensora pública solicitou à coordenadora do Nudem, defensora pública de 2ª Instância Zeliana Luzia Delarissa Sabala, que garantisse um acompanhamento continuado junto ao setor psicossocial do núcleo e da Rede de Proteção de Campo Grande.
Desde então, a vítima recebe todo o suporte especializado, respeitando sua decisão e autonomia. Segundo a defensora, esse episódio destaca a importância do poder requisitório da Defensoria Pública, previsto na Lei Complementar n. 80/1994, como instrumento ágil e eficaz para proteger vítimas de violência.
“A integração entre a Defensoria, a Patrulha Maria da Penha, a Casa da Mulher Brasileira e a Rede de Proteção foi determinante para a ação. O trabalho em rede é essencial para garantir que mulheres em situação de risco extremo tenham uma resposta rápida e eficaz", afirmou.