A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal do Brasil deflagram nesta quinta-feira (29), a "Operação Planum", de combate ao tráfico internacional de drogas, à lavagem de dinheiro e aos crimes contra o sistema financeiro nacional, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Estão sendo cumpridos seis mandados em Campo Grande e um em Fátima do Sul.
Cerca de 200 policiais federais cumprem mandados de prisão contra 21 pessoas, mandados de busca e apreensão em 40 endereços e ordens judiciais para sequestro e bloqueio de imóveis, fazendas, aeronaves, embarcações, veículos e contas bancárias, estimados em mais de 25 milhões de reais.
O inquérito policial foi instaurado em junho de 2017 para apurar o envio de cocaína da Bolívia para o Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento das investigações, a PF identificou que aviões partiam de MS para serem carregados com grande quantidade de cocaína, em média 500 quilos, na Bolívia e seguiam até o RS, onde pousavam em fazendas adquiridas pela organização criminosa. Posteriormente, a droga seguia por via rodoviária para outros estados e permanecia em depósitos até ser despachada para a Europa através de portos brasileiros.
Uma das apreensões ocorreu no terminal portuário de Navegantes (SC), em 06 de maio de 2016, quando 811 quilos da droga, escondidos em blocos de granito, foram localizados pela Receita Federal em contêineres que seriam despachados para a Espanha. Em outra apreensão, em 23 de junho deste ano, a PF flagrou 448 quilos da droga escondidos em um bloco de concreto, em um caminhão que trafegava pelo município de Unistalda (RS). Até o momento, foi possível comprovar o volume de 2,2 toneladas de cocaína que foram enviadas ou que seriam despachadas do Brasil para a Europa pelo grupo criminoso.
Análise de dados bancários e fiscais e informações compartilhadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, após a prisão de um narcotraficante e de alguns dos investigados na "Operação Planum" em uma residência no município de Tramandaí (RS), em 10 de agosto de 2017, possibilitaram o rastreamento do fluxo financeiro do grupo criminoso, indicando a utilização de doleiros em SP para o pagamento das transações do tráfico de drogas no exterior.
A investigação aponta para um banco informal responsável pela lavagem de dinheiro oriundo de diversos crimes, além do tráfico de drogas, como contrabando e outros ilícitos. A movimentação dessa instituição financeira clandestina foi de aproximadamente 1,4 bilhão de reais nos últimos três anos. A investigação já rastreou cerca de 90 empresas de fachada e 70 pessoas empregadas como "laranjas" do grupo para a operacionalização da lavagem de dinheiro e operações de câmbio ilegais.
Os crimes investigados na "Operação Planum" são organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico de drogas, operação de instituição financeira sem a devida autorização, operação de câmbio não autorizada e lavagem de dinheiro.
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