O Ministério Público de Mato Grosso do Sul lançou um canal de 'disque-denúncias' para o recebimento de queixas que podem auxiliar em possíveis desdobramentos da Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), contra o presidente da FFMS, Franciso Cezário Oliveira e a cúpula que comandava o futebol sul-mato-grossense.
O telefone ficará disponível por 30 dias e foi lançado devido à alta procura de cidadãos para a realização de denúncias que envolvam a Federação de Futebol de MS. O número ficará restrito para ligações e mensagens de WhatsApp.
Conforme a nota divulgada pelo MPMS, o número para contato é: (67) 99825-0547.
Francisco Cezário de Oliveira e a cúpula que cuida do futebol do Estado desviaram, ao longo de cinco anos, mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul no período investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
O período analisado pelo Gaeco durante a investigação, que durou 20 meses, foi entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023. Segundo divulgado em nota pelo Ministério Público, o principal objetivo da organização criminosa era desviar os valores que eram repassados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e pelo Governo do Estado.
"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz trecho da nota.
Durante esse tempo de investigação, o Gaeco identificou que os integrantes dessa organização criminosa realizaram mais de 1,2 mil saques e que, por conta dessas retiradas de valores, foram desviados mais de R$ 3 milhões das contas bancárias da federação. Porém, o valor dobrou após o término da investigação.
O órgão ainda identificou que o grupo criminoso tinha um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Governo do Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. Para o órgão, o esquema de peculato se estendia a outros estabelecimentos, já que altas quantias estariam envolvidas.
"A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", frisa a nota do Ministério Público.
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