Exames de microcomparação balística vão apontar se o arsenal apreendido no último dia 19 de maio com o guarda municipal, Marcelo Rios, 42 anos, foi o mesmo usado em execuções ocorridas em Campo Grande.
Crimes que assustaram a população campo-grandense desde o ano passado, podem estar atrelados ao caso, já que o calibre de algumas armas são o mesmo usado em, pelo menos, três execuções, em Campo Grande.
O delegado Fábio Peró explica que e exame de microcomparação são considerados uma das provas mais contundentes em casos de crimes com armas de fogo. Os projeteis recolhidos nas execuções são guardados e lacrados. O trabalho é minucioso e, em alguns casos, os projéteis estão amassados ou com algum dano que dificulta a apuração. Para saber a numeração raspada, os peritos lixam a área e colocam uma substância química para evidenciar o número que está abaixo do que já foi raspado. Os peritos também realizam um procedimento químico para saber se a arma já foi usada.
Execuções
Os fuzis AK47 apreendidos são do mesmo calibre usado nos assassinatos de Ilson Figueiredo, Orlando Bomba e Matheus Coutinho Xavier. Todos os três homicídios ocorreram em bairros populosos da capital.
Matheus foi executado com sete tiros de fuzil em frente a sua casa, no Jardim Bela Vista. O Bomba, foi assassinado em frente a uma barbearia, no jardim Autonomista, bairro nobre da cidade, no dia 26 de novembro de 2018. Já Ilson Figueiredo, que era chefe da segurança da Assembleia Legislativa foi executado em junho de 2018, na avenida Guaicurus.
Arsenal
O Garras, com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, apreenderam dezenas de armas de grosso calibre em poder de Marcelo, no bairro Monte Líbano, em Campo Grande. A polícia encontrou dois fuzis AK-47, quatro fuzis calibre 556, duas espingardas calibres 12 e 22, 17 pistolas e um revólver calibre 357.
Além das armas de fogo, foram apreendidos supressores de ruídos (silenciadores), diversos carregadores e munições. Um veículo com restrição criminal por roubo/furto também foi apreendido no local.
No dia 22 de abril, foram presos os guardas municipais Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, suspeitos de envolvimento no caso.