A morte de Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, cercada por dúvidas ganhou mais um capítulo na última segunda-feira (29), após a 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Campo Grande conceder uma medida protetiva que impede o marido da vítima, Damião Souza Rocha, chegue perto dos filhos do casal, de 6 e 10 anos, ou da irmã de Pâmela.
Conforme o texto, Damião teria ameaçado a cunhada dentro da Santa Casa de Campo Grande, no dia em que a esposa faleceu. O homem é suspeito, de acordo com a família da vítima, de ter ateado fogo em Pâmela durante uma briga.
Para evitar que outras ações delituosas voltem a acontecer, a juíza Jacqueline Machado, deferiu o pedido valido por 180 dias, prazo esse em que o caso será analisado para liberação da concessão do direito de visita e também para avalizar a ocorrência de maus-tratos contra as crianças.
"[...] proibir o requerido de aproximar-se e manter contato com a vítima, seus familiares e testemunhas, inclusive com as crianças, por qualquer meio de comunicação, mantendo deles, a distância mínima de 300 metros, exceto com autorização judicial", diz trecho da decisão.
No texto não diz com quem a guarda das crianças deve ficar a partir de agora.
Acusação da família – Parentes de Pâmela dizem que Damião teria ateado fogo propositalmente na esposa durante uma discussão.
Em um boletim de ocorrência, registrado pela família no dia 26 de julho, a irmã da vítima conta que enquanto ela ainda estava no posto de saúde de Rochedo chegou a conversar com Pâmela. A mulher teria revelado ter discutido com o esposo no dia do incêndio e que ele teria jogado gasolina e ateado fogo nela.
A familiar relata, ainda, que havia conversado com sua sobrinha, de 10 anos, que estava na residência no momento em que tudo aconteceu, e ela teria contado que o pai havia realmente brigado com a mãe, a agredido e depois colocado fogo na esposa. Por medo de também perder o pai, a menina pediu para a tia não contar nada para ninguém.
O caso - No dia 21 de julho, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, teria aproveitado o momento em que o marido estava mexendo com um cortador de grama para utilizar a gasolina e atear fogo no próprio corpo dentro de casa.
Em um boletim de ocorrência registrado pelo esposo da vítima, ao retornar para o imóvel, sentiu um cheiro forte e viu Pâmela com um palito de fósforo na mão. O homem ainda tentou ir em direção à esposa para apagar o fogo, mas ela jogou o palito no chão, dando início as chamas.
Ainda conforme o registro policial, vendo a esposa queimar viva, o marido não pensou duas vezes e tentou apagar o fogo usando um edredom, enrolando o cobertor nela. Sem sucesso, ele arrastou a vítima para fora e virou uma caixa d'água em cima dela.
Ela foi socorrida com cerca de 90% do corpo queimado e precisou ser encaminhada até a Santa Casa da Capital, onde faleceu no dia 22 de agosto.
O caso será investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Rochedo.
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