Polícia

Carbonizado no "Céuzinho", Ronaldo implorou pela vida, mas assassinos “temiam prisão”

As investigações apontam que um dos assassinos assaltou o comércio da vítima

16 SET 2020 • POR Joilson Francelino e Sarah Chaves • 10h24

O delegado Camilo Kettenhuber, da Segunda Delegacia de Polícia de Campo Grande, que conduz a investigação do homicídio de Ronaldo Nepomuceno Neves, 48 anos, ocorrido no último sábado (12), afirmou nesta quarta-feira (16), que o comerciante implorou pela vida por diversas vezes.

“Por mais de uma vez a vítima fatal implorou pela vida, porém, com receio de que, se a vítima não fosse morta, ela acionasse a polícia e eles fossem presos, ou até mesmo a própria vítima fatal, posteriormente poderia voltar relata-los, eles decidiram, de comum acordo, colocar fim à vida de Ronaldo”, detalhou o delegado.

No dia do crime, Ronaldo torturou um dos envolvidos, de 29 anos, suspeitando que ele teria envolvimento em furto ocorrido no seu estabelecimento. Após torturar, o comerciante amarrou o rapaz e o deixou dentro do comércio. Logo depois, Ronaldo foi até uma chácara, onde estavam três comparsas do jovem torturado. O comerciante teria dito ao trio que matou o suspeito de furtar seu comércio, momento em que foi imobilizado por dois homens, enquanto um teria ido até o comércio, “salvar” seu comparsa.

Na chácara, que fica na região da avenida Ernesto Geisel, Ronaldo foi torturado e levado, com vida, para a região da Cachoeira do Céuzinho, onde, de acordo com o delegado, a vítima teria sido estrangulada e, posteriormente, agredida com golpes de frascos de garrafa, no pescoço, pedradas na cabeça e, então, os assassinos decidiram jogar gasolina tanto na caminhonete, quando no corpo da vítima para tentar dificultar a investigação.

Os quatro suspeitos já foram presos e são todos jovens, dois de 21 anos, um de 25 e outro de 29. Os dois primeiros que foram detidos confessaram o crime e apontaram os outros dois.