Polícia

Em rinha de cães, animais que perdiam a luta viravam churrasco

Carne era servida aos frequentadores do local e servia de comida para os próprios cachorros

16 DEZ 2019 • POR Jônathas Padilha, com informações do R7 • 15h13
41 pessoas foram presas, entre elas, um policial militar, um médico e um veterinário - Reprodução / Instituto Luisa Mell

Vinte e um pitbulls foram resgatados de um sítio que promovia uma rinha internacional de cães em Mairiporã, na Grande São Paulo. Os cães foram encontrados feridos e agora recebem cuidados das ONGs, Instituto Luisa Mell, Encontrei um Amigo e Pits Ales.

No local, a polícia encontrou dois animais mortos e outro bastante ferido que duelava na arena, mas morreu logo após o resgate. Foram presas 41 pessoas, entre elas, um policial militar, um médico e um veterinário.

Segundo o delegado Matheus Laiola, os pitbulls foram flagrados durante um duelo. "encontramos um cenário de duelo, cachorro brigando, cachorro já morto, outros machucados, inclusive animal assado. Eles comiam e davam para outros animais comerem". A carne do animal também era utilizada para instigar os pitbulls durante a rinha.

Foram apreendidos diversos materiais no sítio, entre eles medicamentos. O delegado Jan Plzak explicou que havia "estimulantes, mas tinham outros remédios que eram usados nos animais já feridos. Não porque eram bonzinhos, mas para reabilitá-los para a próxima luta". 

As ONGs foram chamadas para prestar atendimento e auxiliar na remoção dos animais. A ativista Luisa Mell afirmou que "foi uma das piores coisas que já presenciei, davam a carcaça dos mortos para eles comerem. Um cenário horroroso. E olha que estou acostumada, infelizmente. Eles foram mortos de tanto lutar para satisfazer o prazer destes doentes. Era uma coisa muito pavorosa".

A veterinária Marina Passadore revelou que diversos cães estão em estado grave e um deles corre risco de vida. "Encontraram testosterona que aplicavam nos machos para estimular e aumentar a agressividade. Eles são muito bonzinhos com seres humanos, não morderam ninguém, todo mundo pegou no colo. Mas não deu para colocar um perto do outro que eles se pegam como se fosse à rinha”.

Depois de receber os devidos cuidados médicos, os animais ainda vão ter que passar por exames, castração e somente após esses processos será possível analisar se eles estão prontos para a reinserção e convívio com o ser humano.

As pessoas flagradas foram presas e vão responder por maus-tratos, associação criminosa e por jogo de azar. As penas podem ultrapassar de 5 anos de detenção.