Polícia

PF faz operação contra pagamento de proprina da JBS em seis Estados

Campo Grande e Cassilândia também são alvos da Operação Porteira Aberta

10 DEZ 2019 • POR Sarah Chaves, com informações da assessoria • 09h36
Polícia federal de Mato Grosso em Operação de buscas do Porteira Aberta - Reprodução/Assessoria

A Polícia Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira (10), a segunda fase da Operação Porteira Aberta, ação visa combater o esquema de pagamento de proprina da JBS para servidores públicos de fiscalização sanitária federal emitirem certificados sanitários sem terem de fato fiscalizado/inspecionado o abate de animais na empresa.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças/Mato Grosso, que investigou que o pagamento de propina vinha ocorrendo nas unidades da empresa situadas nos municípios de Anápolis/Goiás, Campo Grande/Mato Grosso do Sul (MS), Cassilândia/MS, Barra do Garças/MT, Confresa/MT, Cuiabá/MT, Diamantino/MT, Pedra Preta/MT, Vila Rica/MT, São José dos Quatro Marcos/MT, Água Boa/MT, Matupá/MT e Ponta Porã/MS. Os valores destinados ao pagamento de propinas eram registrados na contabilidade das unidades da empresa como despesas de consultoria e marketing ou serviço de inspeção federal.

Mais de 60 policiais federais, participam da ação, seis estados: Mato Grosso, Goiás, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, com apoio do Ministério Público Federal, em 15 mandados de busca e apreensão na casa dos fiscais sanitários, e  também determinou o sequestro de bens e valores pertencentes a 4 Fiscais Federais Agropecuários, totalizando R$ 5.080.200,00.

A segunda fase é resultado da análise dos dados bancários dos investigados, dos documentos contábeis apreendidos durante a deflagração da primeira fase (15/06/2018), os quais apontaram o pagamento de R$ 1.860.700,00 em propina
apenas na unidade de Barra do Garças/MT.

Os colaboradores afirmaram que houve o pagamento de, no mínimo, R$ 6.092.200 em propinas aos agentes públicos envolvidos. As propinas variavam de R$ 5 mil a R$ 25 mil mensais, que duraramdesde 2008 até o início de 2017, cessando
com a deflagração da Operação Carne Fraca.

As investigações mostram que entre os anos de 2010 a 2014 os lançamentos contábeis destinados a encobrir as propinas se valeram de documentos falsos, utilizando-se de CPF de pessoas que já tinha falecido antes do documento ser feito.

São alvos da operação os fiscais federais agropecuários e os médicos veterinários conveniados ao SIF, que atuavam na fiscalização das plantas industriais da empresa localizadas nos referidos municípios. Os investigados irão responder por corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa, podendo pegar até 20 anos de prisão.

De acordo com a assessoria, ainda não houve prisões, já que a segunda fase é focada apenas em buscas e apreensões de bens.