Senador e desembagador querem sigilo aberto em investigação
Marcelo Rasllan disse "eu não tenho amigo miliciano e não tenho amizade com o senador"
5 OUT 2019 • POR Da Redação • 08h18Após o senador Nelsinho Trad (PSD/MS), mandar “abrir o sigilo “ sobre a suspeita de compra de sentença, depois que a polícia apreendeu uma folha de papel (fac) na casa de Jamil Name, o desembargador Marcelo Câmara Rasllan, adotou a mesma postura de Trad nessa sexta-feira (4).
Isso por que conforme o documento, que não tem assinatura, o senador e mais quatro pessoas teriam combinado pagar R$ 1 milhão pela liminar para desbloquear os bens e mais R$ 1 milhão pela sentença no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). O grupo também teria acertado mais R$ 250 mil por mais uma decisão favorável em outra ação por improbidade.
O magistrado pediu a abertura de investigação pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que classificou como gravíssimos.
Marcelo ainda anunciou que abriu mão de todos os sigilos, como bancário, fiscal, telefônico, midiático e telemático. “Até mesmo de qualquer sigilo procedimental”, reforçou.
Ao ser questionado pelo JD1 se a milícia teria tentado o vender, para lucrar no caso de uma sentença favorável o desembargador disse. "Ai é que tá, eu não sei de nada, de absolutamente nada, eu pedi inclusive que os fatos fossem apurados, para saber o que está acontecendo, eu não tenho amigo miliciano, não tenho nenhuma amizade com o senador, eu estou realmente surpresa de ter surgido isso, não sei o qual o motivo disso até agora. Eu não tenho nada, estranho isso dai", finalizou.
Em nota divulgada pela Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul) “Os fatos narrados no escrito são graves e necessitam de profunda averiguação e apuração”, defendeu Rasslan.
A sentença que Trad teria comprado, desbloquearia seus bens. Apesar da folha de papel ter até valores e etapas a serem pagas após cumpridas , no dia 18 de setembro, Rasslan negou (fac 2) o pedido, ou seja aconteceu o contrário do que foi noticiado.
Na noite dessa sexta-feira (4), um membro do MP diretamente envolvido na questão afirmou em off ao JD1 Notícias, que “quem falou que houve compra de sentença foram vocês da imprensa ", a folha foi encaminhada ao judiciário para providências, sem nenhum juízo de valor, “até por que não é da nossa instância" disse um dos investigadores .
A postura incisiva tanto do desembargador Rasslan, quanto do senador Nelsinho, abrindo mão de qualquer sigilo, podem dar mais celeridade e transparência no desfecho do caso.
Fac 1
Fac 2