Cidade

"Artéria de Campo Grande", 14 de julho tem estilo eclético

Rua tem cinco metros de extensão e exala mudanças com o passar dos anos

26 AGO 2019 • POR Priscilla Porangaba • 08h41
Apesar do tempo que cobre as fachadas, e todas as mudanças, por trás se escondem casarões antigos sobreviventes à urbanização - João Garrigó

A artéria e principal rua comercial de Campo Grande, 14 de julho celebra junto com a capital sul-mato-grossense mais um ano. De desfiles cívicos à procissão religiosa, comício das Diretas Já, a rua tem ar social, político e até sacro.

E o nome que causa curiosidade é uma homenagem à queda da Bastilha na revolução Francesa, quando a prisão foi invadida pelo povo, em Paris, a 14 de Julho, assim como o evento que mais marcou a revolução, com democracia, igualdade e a fraternidade.

Com uma extensão de cinco quilômetros, cada metro da rua conta uma história diferente, e quase todas elas foram registradas por Roberto Higa e bem conhecida pela historiadora Alisolete Weingartner.

Em meio a casas e comércio a rua oferece de tudo um pouco. Ela começa e termina em quadras tranquilas que nem se parecem a 14 agitada conhecida pelos campo-grandenses. A 14 começa na avenida Consolação, no bairro Santa Dorotéia

A 14 de julho também ficou conhecido por ser ponto de encontro nos finais de semana, homens de um lado e mulheres do outro, e muita conversa para passar o dia.

Além dos movimentos políticos, era na 14 que passava o Carnaval, a coroação do rei momo e da rainha e os desfiles de 26 de Agosto e 7 de Setembro.

Recheada de construções antigas, a 14 é símbolo de democracia. O relógio, que foi instalado pela primeira vez em 1933 na Calógeras, representa o marco zero da cidade.

Higa conta que “o povo era contra a derrubada do relógio, então, às cinco da manhã o prefeito da época colocou o relógio abaixo. Quando as pessoas acordaram e começaram a circular, ele não estava mais lá”. 

Foi erguido novamente em 1999 e 20 depois, volta à 14 de julho em 2019 com o projeto Reviva.

Segundo a prefeitura, a escultura esta novamente instalade no local exato do relógio original. Durante as escavações das obras do Reviva os trabalhadrores encontraram a base original do objeto.

Apesar do tempo que cobre as fachadas, e todas as mudanças, por trás se escondem casarões antigos. Sobreviventes à urbanização, muitos dos estabelecimentos mudaram, foram reformados, mas se mantém como a referência de onde comprar.

As ruas de comércio têm um estilo eclético e não há o que o cliente não ache para comprar na 14. Com artigos finos às peças no atacado, a rua mostra ter acompanhado o ritmo de crescimento econômico da cidade.

Com a reforma do Reviva, a rua ganhou nova iluminação, novas passarelas, bancos para descanso, lixeiras, organização e acessibilidade, deixando quem passa por ela, ainda mais feliz para fazer compras no centro da capital aniversariante. “Um verdadeiro shopping ao céu aberto”, segundo o prefeito Marquinhos Trad.

Veja algumas fotos, de olhares diversos, que lembram o passado e mostram o presente dessa rua tão conhecida pelos moradores da capital morena: