Polícia

Mandantes de roubos e sequestros eram presidiários, diz Defurv

Operação policial resulta em prisão de quadrilha especializada que agia na capital

1 AGO 2019 • POR Rauster Campitelli • 16h58
Segundo a titular da Defurv, quadrilha escolhia integrantes que não possuem ficha criminal extensa ou sem passagem pela polícia - JD1 Notícias

A Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furto de Veículos (Defurv) está investigando uma série de sequestros relâmpagos que tiveram início no dia 25 de junho e se estenderam até ontem (31), quando a Polícia Militar prendeu em flagrante Michael Vera Cruz de Almeida, de 30 anos, e Ronaldo de Andrade Costa, de 23 anos, integrantes de quadrilha que era comandada por dois presidiários. Ao todo, 13 pessoas estavam envolvidas em seis ações criminosas.

Abraão Ferrarezi Lima, de 18 anos e Davi Vitor Mendes, de 21 anos, morreram nesta quarta-feira durante confronto com a polícia. Eles roubaram um veículo modelo RAV 4, no Bairro Santa Fé. No final de junho, quando a quadrilha deu início aos crimes, uma camionete Toyota Hilux foi roubada no bairro Coophatrabalho, sendo a vítima mantida em cárcere por várias horas. Durante as investigações, o veículo foi recuperado e o motorista de aplicativo Leandro Silva, de 33 anos, preso no dia 4 de julho.

Segundo a delegada Aline Gonçalves Sinnot, titular da Defurv, uma das características dessa quadrilha era a escolha dos integrantes, que não possuem ficha criminal extensa ou mesmo sem ficha na polícia. “Quando eles cooptam pessoas que já possuem antecedentes criminais, sabem que a identificação fica mais fáci. Outra coisa que nós notamos foi a cooptação de mulheres e motoristas de aplicativo. Então a execução dos ilícitos está se aprimorando com as novas tecnologias”, comentou a Aline durante coletiva de imprensa nessa quinta-feira (1º).

O modo violento como os crimes eram cometidos também chamou a atenção da polícia. “Tivemos vítimas que foram agredidas, inclusive uma delas levou duas coronhadas”, comenta. Conforme a delegada, os internos cooptavam os executores, indicando quem daria a voz de assalto e quem ficaria no cativeiro cuidando a vítima até que o veículo chegasse à Bolívia.

“Motoristas de aplicativo eram usados nessa logística para buscar os executores em determinados locais, levar até o cárcere, ou até mesmo entregar o dinheiro a alguém. Eles fragmentavam as ações. A maioria só sabia o que iria fazer na hora da ação criminosa, então isso dificultava muito a previsão daquele acontecimento”.  

Segundo Aline, existe a possibilidade de mais pessoas estarem envolvidas nos crimes. “As investigações ainda não terminaram”, frisou, lembrando que nenhuma das vítimas foi morta durante as ações da quadrilha. “Eles tomam esse cuidado porque sabem que a pena é muito maior”.

Fernanda Tomé de Oliveira, de 23 anos, responsável pelo cárcere da vítima proprietária da Toyota Hilux, foi presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas no dia 12 de julho pela Defurv.  Jhonathan Dulmonte da Silva, de 22 anos, foi preso em flagrante delito no dia 26 de julho, pela Polícia Rodoviária Federal, enquanto conduzia um Chevrolet Prisma.

Durante as investigações, a polícia descobriu que Gislaine Chevalier Ribeiro de Almeida, de 32 anos, Ricardo José dos Santos, de 40 anos, e Jhonathan Fermino da Silva, de 20 anos, integravam a quadrilha, sendo que R.F.S (30 anos) e H.Z.F. (36 anos), internos do Sistema Penal, atuavam como mandantes.

Diante das ações ocorridas no dia 31 de julho, e em razão de as diligências terem sido ininterruptas, a Defurv deflagrou operação, a fim de prender os demais autores por integrarem organização criminosa. Assim, em continuidade ao flagrante, foram presos Gislaine, Ricardo, Jhonathan e Jessyka Midyan Delgado Manoel, de 27 anos.