Áudio – Médico é flagrado tentando subornar paciente do SUS
Primeiro, Ricardo teria pedido R$ 5 mil e depois baixou o preço para R$ 1 mil
16 JUL 2019 • POR Sarah Chaves • 14h51O médico ginecologista, Ricardo Chauvet, é acusado de tentativa de suborno a Karolayne Campelo dos Santos, 25 anos, após uma consulta na Santa Casa de Corumbá.
Ao JD1 Notícias, a paciente relatou que no dia 21 de abril sentiu dores abdominais e procurou atendimento médico no pronto-socorro do hospital. Ela foi atendida pelo clínico geral, medicada e dispensada para o próximo dia ser atendida por Chauvet.
Na primeira consulta, o médico acusado a dispensou alegando que ela estava com “frescura”. “Eu pedi um remédio pra amenizar a dor ele rejeitou falando que estava com frescura e pra ir procurar um posto de saúde”, contou a vítima.
Karolayne procurou uma clínica particular depois do acontecido e, lá, a encaminharam para uma maternidade onde foi novamente atendida por Ricardo, foi quando o médico disse que faria exames para verificar as condições da paciente, que ficou horas esperando e desmaiou, por causa do jejum receitado pelo médico. Durante a o procedimento médico, a paciente contou que Ricardo a tocou de forma abusiva. “Eu fiquei constrangida, estava ali para ser atendida, e com muita dor, e me senti abusada sexualmente”, relatou.
Foi quando ela pediu pra que ele a ajudasse de qualquer forma, para fazer uma cirurgia que seria a retirada de um mioma no útero. “Ele ofereceu a cirurgia por R$ 5 mil, porque ele dividiria o dinheiro com a equipe, pois R$ 24 [valor pago pelo SUS] não era nada pra ele”, disse.
Depois da consulta, a jovem contou ao marido o ocorrido, os dois voltaram ao consultório e pediram para que o médico repetisse o que disse na consulta anterior, e gravaram áudio escondido que pode ser escutado, na íntegra, ao final desta matéria. O casal reclamou do preço e o doutor abaixou o preço para R$ 1 mil. “É ilegal, eu sei, mas é a única forma de eu fazer”, teria falado o médico.
Karolayne procurou a 1° Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), de Corumbá. “Relatei o ocorrido para o Policial Civil que disse que não era crime, não se caracterizava crime e por isso não poderia registrar, fala que foi repetida pela delegada quando chegou”, afirmou.
A jovem relatou ainda que quando foi ao banheiro, uma policial disse, em particular, que eles não registrariam a ocorrência porque o médico era legista daquela delegacia. Após os fatos Karolayne registrou um boletim de ocorrência dia 9 de julho na delegacia da mulher de Corumbá, por corrupção passiva, abuso sexual e omissão de socorro.
Punição do CRM
Procurado pela nossa equipe de reportagem, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul disse que recebeu a denúncia na segunda-feira (15) e que o caso será apurado pela corregedoria. “Encaminharemos o caso para apuração e consequente abertura de sindicância, se constatada infração após a conclusão do processo, o profissional receberá as punições cabíveis de acordo com o código de ética do médico”, disse em nota.
Ouça o áudio: