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Drags cobram espaço para a comunidade LGBT no Festival de Inverno de Bonito

Reinaldo Azambuja garantiu que haverá espaço para o trabalho das artistas no evento

2 JUL 2019 • POR Rauster Campitelli • 15h30
“Drag também é uma forma de cultura, não somos apenas gays com peruca na cabeça. É arte”, frisou Lauanda - JD1 Notícias

As drags campo-grandenses Lauanda e Miss Angel aproveitaram a cerimônia de lançamento da 20ª edição do Festival de Inverno de Bonito (FIB), nesta terça-feira (2), para manifestar sua indignação quanto à falta de espaço para o trabalho do público LGBT no evento. “Drag também é uma forma de cultura, não somos apenas gays com peruca na cabeça. É arte. Levamos cultura para as pessoas. Eu sou Dj, hostess, a Angel faz teatro. Somos uma arte ambulante, então por que não estar no festival este ano?”, indaga Lauanda.

Segundo ela, houve militância para que as artistas participassem do evento, mas a resposta dos organizadores foi que o trabalho delas não se encaixava em nenhum grupo. Diante da manifestação durante o evento desta manhã, o governador Reinaldo Azambuja garantiu que haverá espaço para as drags no Festival de Inverno. “Vocês vão participar, porque o festival é aberto a todos, a toda a comunidade. Todos são bem vindos a participar do festival”, afirmou.

A diretora-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Mara Caseiro, também apoia a inclusão das artistas no festival, que acontecerá entre os dias 25 e 28 de julho. “A comunidade LGBT também estará incluída no festival, não podemos nos esquecer da diversidade”, disse.

A intenção das drags é valorizar a cultura do estado por meio de intervenções artísticas, performances, e claro, a estética do figurino. “A drag é como se fosse uma alegoria ambulante. A arte visual por si só já fala muita coisa, mas tem também o ato performático”, explica Miss Angel. “Hoje em dia nós atingimos qualquer público, somos ‘multifunção’, eu mesma sou apresentadora, caricata, faço stand up”, acrescenta Lauanda.

Ela espera uma reunião com as autoridades para acertar os detalhes da participação. “Convidar, eles convidam. Mas o que fazer? Quando? Como, se nós não estamos no cronograma?”, conclui.