Senado analisa projeto que derruba decreto sobre armas
O decreto do presidente Bolsonaro promove várias flexibilizações para o acesso a armas
18 JUN 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da Veja • 10h55O plenário do Senado vota nesta terça-feira (18) um projeto para suspender os efeitos do decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que facilita o porte de armas no país.
A proposta foi aprovada na última quarta-feira (12) na Comissão de Constituição e Justiça, em cojunto com outras seis iniciativas legislativas.
Na ocasião, os senadores rejeitaram o relatório do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que recomendava a derrubada dos sete projetos.
Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi feito um acordo com as lideranças para que a proposta de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fosse analisada nesta semana.
Um relatório favorável ao decreto presidencial teve nove votos favoráveis e quinze contrários na CCJ. Votaram contra os parlamentares dos partidos PT, Rede, Podemos, PSDB, PSB e PDT. Já o PSL, o DEM e o PSD votaram a favor.
O decreto de Bolsonaro questionado pelos senadores promove várias flexibilizações para o acesso a armas. Entre elas, concede o porte a 20 categorias profissionais e amplia de 50 para 5 mil a quantidade de munições que podem ser compradas por ano.
A medida presidencial também amplia a possibilidade de importação de armas e permite que menores de 18 anos de idade, inclusive crianças, possam praticar tiro desportivo desde que autorizado pelos pais ou responsáveis legais.
A Constituição permite que o Congresso derrube um decreto presidencial que ultrapasse o poder regulamentar ou que trate de algo limitadoao Legislativo. Neste caso o projeto em discussão precisa passar pelo Senado e pela Câmara para ser aprovado.
STF
O decreto pró-armas de Bolsonaro também é questionado no Supremo Tribunal Federal. O ministro Dias Toffoli, presidente da corte, marcou para o dia 26 de junho o julgamento de cinco ações contra as alterações promovidas pelo governo. As ações foram movidas pelo PSB, PSOL e pela Rede Sustentabilidade.