Economia

Após Bolsonaro falar em demissão do presidente do BNDES, diretor renuncia

Segundo Guedes, presidente ficou 'angustiado' com escolha de 'nomes ligados ao PT' para a diretoria

16 JUN 2019 • POR Rauster Campitelli, com informações do G1 • 12h14
Para garantir permanência no cargo, Bolsonaro disse que Joaquim Levy deveria demitir Marcos Pinto - Antonio Cruz/ Agência Brasil

O diretor de Mercado de Capitais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Marcos Barbosa Pinto, renunciou ao cargo neste sábado (15), após enviar uma carta ao presidente da instituição, Joaquim Levy. Ele afirmou que decidiu deixar o cargo em razão do "descontentamento manifestado" pelo presidente Jair Bolsonaro – ele afirmou ontem que Levy estava com a "cabeça a prêmio" e que, se não demitisse o diretor, ele seria demitido.

"Escrevo para apresentar minha renúncia ao cargo de diretor do BNDES. É com pesar que entrego essa carta, logo após ter tomado posse, mas não quero continuar no cargo diante do descontentamento manifestado pelo presidente da República com minha nomeação", escreveu Marcos Pinto.

"Tenho muito orgulho da carreira que construí ao longo dos anos, seja na academia, no governo ou no mercado financeiro. Dada minha experiência, achei que poderia contribuir para implementar as reformas econômicas de que o país precisa", acrescentou no documento.

Conforme o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro ficou "angustiado" porque Levy optou por "nomes ligados ao PT" para cargos no banco. Segundo informações do jornal "Valor Econômico", Marcos Pinto é mestre em direito pela Universidade de Yale (EUA) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP).

Ele foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Marcos Pinto é também ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).