Economia

Nova Previdência pode ser abortada após relatório apresentado na Câmara

Avaliação foi feita nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, pelo ministro Paulo Guedes

14 JUN 2019 • POR Rauster Campitelli, com informações da Agência Brasil • 14h26
Para o ministro, as mudanças foram maiores do que o governo esperava - Valter Campanato/Agência Brasil

O relatório apresentado pela Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados teve um recuo na regra de transição que pode “abortar a Nova Previdência”. A avaliação foi feita nesta sexta-feira (14) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no Rio de Janeiro.

De acordo com o ministro, devido às mudanças propostas no documento, a economia esperada com a reforma cai de R$ 1,2 trilhão em dez anos para cerca de R$ 860 bilhões no mesmo período.

“Houve um recuo que pode abortar a Nova Previdência. Pressões corporativas dos servidores do Legislativo forçaram o relator a abrir mão de R$ 30 bilhões para os servidores do Legislativo, que já são favorecidos. Recuaram na regra de transição. Como isso ia ficar feio, estenderam também para o regime geral. Isso custou R$ 100 bilhões”, apontou Guedes durante entrevista após evento no Consulado da Itália nesta quarta-feira.

Segundo ele, as mudanças foram maiores do que as esperadas pelo governo. “Entregamos [a reforma] com uma economia prevista de R$ 1,2 trilhão. Eu esperava que cortassem o BPC e o rural. Com R$ 1 trilhão, conseguiríamos lançar a Nova previdência. Mas na verdade, cortaram R$ 350 [bilhões, da economia de R$ 1,2 trilhão prevista inicialmente]”, explicou.

Guedes disse que ainda não criticaria as mudanças porque ele ainda está esperando pela tramitação no Congresso. “Vou respeitar a decisão do Congresso. Agora, se aprovarem a reforma do relator, abortaram a reforma da Previdência”, afirmou. “Continuam com a velha Previdência”, acrescentou.

Conforme o ministro, os R$ 860 bilhões de economia seriam suficientes para evitar problemas na reforma durante o atual governo, mas, para evitar problemas no futuro, seria necessário fazer uma nova reforma daqui a cinco ou seis anos.