Novas medidas deixarão banda larga mais acessível, segundo Anatel
As medidas no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) favorecerão a competição na oferta de serviços
18 MAI 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da Agência Brasil • 08h11Para tornar banda larga mais acessível, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou uma série de intervenções no mercado de atacado de telecomunicações, que é formado por grandes redes de tráfego, por onde passam informações e dados dos serviços, como a voz em uma ligação ou uma mensagem de e-mail, nessa sexta-feira (17).
Previstas no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), as medidas favorecerão a competição na oferta de serviços em 3.909 municípios com pouca ou nenhuma competição no setor.
As grandes empresas como a Oi e Telefônica, na telefonia fixa e a Vivo, Claro, TIM e Oi na telefonia móvel terão que disponibilizar para os pequenos provedores de serviços de telecomunicação acessos a dutos de cabeamento, roaming nacional, troca de dados em alta capacidade e interconexão telefônica.
O diretor-presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, explica que a iniciativa visa tornar o mercado mais eficiente, e podem resultar em redução no preço dos serviços para o consumidor final, em especial na banda larga.
Farinha de trigo e pão
Leonardo Euller comparou a regulação da agência com a regulação do preço da farinha de trigo para favorecer o segmento de panificação, "começa um ciclo agora de maior dinâmica para o mercado de atacado", disse.
Euller acrescentou que "posso regular o preço do pão ou escolher regular o preço da farinha e a partir disso estimular a competição no mercado do pão. O principal benefício é a melhoria da qualidade e a potencial redução dos preços dos serviços de telecomunicações, em especial a banda larga".
A intervenção no mercado de dutos foi apontada pela agência como uma das principais medidas para favorecer os pequenos provedores, que já são responsáveis pela maioria dos acessos à internet no país. A redução do preço no mercado de dutos é de "centenas de vezes o valor mensal devido por quilômetro compartilhado. Em versões anteriores das ofertas, já foram registrados preços superiores a R$ 50 mil por quilômetro de duto compartilhado", descreveu nota da Anatel. A agência apontou que os preços ficarão na faixa de R$ 120 a R$ 750 o km.
No mercado de dutos, a Anatel aponta que os provedores regionais de banda larga vão contar com melhores condições de transporte de tráfego em 2.493 municípios. Os preços terão uma variação de R$ 1,40 a R$ 24 o megabit por segundo (Mbps). As ofertas irão viabilizar as conexões nos seis grandes pontos de tráfego indicados pela agência: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba e Brasília.
De acordo com o superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino, os pequenos provedores terão maiores condições de expandir o serviço, especialmente em municípios de pequeno e médio porte.
"Este é um pleito de contestação dos provedores e principal falha de mercado no transporte de internet no Brasil. Ninguém entregava condições para os pequenos provedores, agora você tem um preço controlado para chegar aonde está o conteúdo em uma condição vantajosa. Isso vai ampliar a qualidade e reduzir os preços da banda larga em todos esses pontos", disse Balbino.