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Após cinco meses, vítima de acidente reaprende a caminhar

Em agosto do ano passado ela foi arrastada por dez metros após acidente

7 MAI 2019 • POR Matheus Henrique, com informações da assessoria • 16h15
"Eu gostava de fazer minhas coisas e agora tenho que aprender tudo de novo. Às vezes é difícil pra mim”, diz Nilda Pereira - Divulgação

Após cinco meses, Nilda Pereira Coelho Alaman, 43 anos, reaprendeu a caminhar. Em agosto do ano passado, ela seguia de moto, na avenida Jerônimo de Albuquerque, bairro Nova Lima, quando foi atingida por um veículo que vinha na direção contrária e foi arrastada por aproximadamente dez metros. No dia do acidente, o motorista do outro veículo fugiu, sem prestar socorro.

Sobre o acidente, Nilda diz não ter lembranças. “Só lembro de estar parada no semáforo e ter arrancado com a moto depois que ele abriu. Mas do carro me arrastar e tudo mais, essas partes eu não lembro. Só sei porque os outros me contaram”, afirma.

Ela passou por dezesseis cirurgias – oito delas somente na cervical. Três vértebras quebradas, tetraparesia temporária, sete fraturas na face, quinze costelas quebradas, um pulmão perfurado, fraturas no quadril, no braço direito, um baço retirado, pneumonia e sessões de hemodiálise.

Nilda é esposa de um bombeiro militar, o terceiro sargento Adriano Alaman, que passava a semana em Paranaíba e recebeu a notícia no quartel, por meio de um telefonema do filho. “Uma moça me falou que ela tinha sofrido um acidente grave, que estava sendo levada pelo Samu. Mas eu não tinha noção da gravidade. Liguei para o meu filho caçula e ele não sabia de nada. Liguei para o mais velho e ele estava em estado de choque. Peguei o ônibus às 5h da manhã para Campo Grande”, relatou.

Após 123 dias de internação, o sargento conseguiu a transferência da esposa para o Hospital São Julião. O motorista responsável pelo acidente foi localizado na mesma semana após investigações feitas pela família e acabou se apresentando à polícia, mas responde em liberdade. Ele alega não ter visto a motociclista.

Mesmo com toda essa situação, o casal diz não sentir raiva do motorista, mas o ressentimento ainda existe. “Eu fico chateada porque ele praticamente tomou quase metade de um ano da minha vida. Eu gostava de fazer minhas coisas e agora tenho que aprender tudo de novo. Às vezes é difícil para mim”, diz Nilda, que não deixa de agradecer por estar viva. “Eu agradeço a Deus pela minha vida porque com tudo o que aconteceu comigo Ele me deixou viver, deve ser porque alguma coisa especial tem para mim. Tenho meus filhos que são tudo para mim, tenho meu marido que não saiu de perto de mim um só momento, isso tem ajudado a me recuperar”.