Brasil

Bolsonaro garante que manterá concurso para a carreira diplomática

O presidente participou de formatura para novos diplomatas brasileiros

3 MAI 2019 • POR Joilson Francelino, com informações da Agência Brasil • 15h16
“Sigam o exemplo da patrona de vocês, Aracy Guimarães”, disse Jair Bolsonaro aos formandos - Marcos Corrêa

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta sexta-feira (3) da formatura dos novos diplomatas brasileiros, em cerimônia no Palácio Itamaraty, em Brasília. Em seu discurso, Bolsonaro orientou que trabalhem por um Brasil aberto aos grandes fluxos econômicos, conectados aos centros tecnológicos, e na defesa da democracia.

“Estudem as correntes de comércio e como aumentá-las, mas estudem também as correntes de pensamento. O mundo é um grande fluxo de bens e mercadorias, mas também é cada vez mais um grande fluxo de ideias, e são as ideias que determinarão as estruturas do poder político e econômico no futuro”, disse.

Bolsonaro pediu ainda que os novos diplomatas tenham humildade de reconhecer as limitações do Brasil e ousadia para trabalhar a fim de superá-las. “Busquem compreender o Brasil e defendê-lo e não permitam que nosso país seja definido de fora, com base em conceitos e interesses alheios”, orientou.

O Ministério das Relações Exteriores celebra nesta sexta-feira o Dia do Diplomata, quando relembra o nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira.

O presidente afirmou ainda que o governo manterá o concurso público anual que seleciona alunos para o Instituto Rio Branco, órgão de formação de diplomatas do ministério. A turma 2017-2019 do Instituto Rio Branco é composta de 30 diplomatas brasileiros, aos quais se somam sete diplomatas da Argentina, Cazaquistão, Guiné Bissau, Japão, Moçambique e Timor-Leste.

A patrona escolhida pela turma é Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, conhecida como o “Anjo de Hamburgo”, por ter salvado a vida de dezenas de judeus, aprovando seus pedidos de visto ao Brasil, durante a 2ª Guerra Mundial. Por seu gesto de humanidade, Aracy foi reconhecida como “Justa entre as Nações”, título conferido pelo Museu do Holocausto, em Jerusalém, aos não judeus que arriscaram a vida na segunda guerra. Seu nome figura ao lado de Oskar Schindler e do embaixador do Brasil em Paris no período de 1922 a 1943, Luiz Martins de Souza Dantas.

“Sigam o exemplo da patrona de vocês, Aracy Guimarães, que foi além de dever burocrático e assumiu seu dever moral, salvando centenas de judeus da morte do Holocausto, movida por seus valores profundos e não por regras abstratas. Mostrou que aqueles que fazem a política externa precisam olhar o ser humano em sua realidade concreta”, disse o presidente Bolsonaro aos formandos.

A paraninfa da turma é a embaixadora Eugênia Barthelmess, atual diretora do Departamento de América do Sul do Itamaraty. Em seus 30 anos de serviço ao Brasil, Eugênia serviu na missão do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos em Washington, na embaixada em Quito e na missão do Brasil junto à União Europeia em Bruxelas.