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Deputados voltam a debater "cota zero"

Proposta de Reinaldo quer o repovoamento dos rios no estado

20 FEV 2019 • POR Da redação com informações da assessoria • 18h19
Em contrapartida da cota zero, os deputados sugerem a liberação da caça ao jacaré - Reprodução/Assessoria

Os deputados estaduais debateram novamente durante sessão desta quarta-feira (20) o anúncio do Governo do Estado quanto ao decreto que pode definir "cota zero" para a pesca amadora em Mato Grosso do Sul. Os parlamentares irão marcar audiência pública para conversar com todos os setores envolvidos e estudam sugerir a abertura para a caça do jacaré.

A minuta do decreto ainda não foi divulgada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que já anunciou a possibilidade do estabelecimento gradual da cota zero e não o efeito imediato já em 2019. Quem subiu primeiro na tribuna foi o deputado Marçal Filho (PSDB), que alegou que a pesca amadora nada mais é que “uma terapia ao homem”.

“Quem não é pescador, é porque ainda não descobriu ser. É mais que uma diversão e, às vezes, eles nem estão lá com a intenção predatória. O que eu apoio é a efetiva fiscalização e a criação de um disque denúncia gratuito para que evite abusos ou então que seja "cota zero" a todos. Ainda cabe muito debate”, ressaltou Marçal.

O deputado Cabo Almi (PT) concordou com a ampliação da fiscalização. “Precisamos de mais lanchas, de mais combustível, de mais policiais ambientais, para que de fato fiscalizem. Até na piracema ainda vemos pesca ilegal. E não adianta fazer de uma hora para outra, pois haverá prejuízo. Tem que delimitar com responsabilidade”, afirmou o parlamentar.

A proposta da "cota zero" dispõe sobre o pescado e o repovoamento dos rios no estado, mas outra espécie tem chamado a atenção: o jacaré. Segundo o deputado Neno Razuk (PTB), especialistas apontam um superpovoamento na fauna do estado que, inclusive, estaria prejudicando o meio ambiente. “Muitas espécies estão em risco devido a quantidade de jacarés, que quando adultos não existe predador natural dele. Até sucuri eles comem. Então conversando com estudiosos da área vemos que é possível o manejo sustentável sem prejudicar o turismo ou a espécie, que poderia gerar R$ 1 bilhão por ano a mais para a economia do estado e a criação de mais 10 grandes indústrias de beneficiamento da carne”, explicou Neno.

O líder do governo na Casa de Leis, deputado Barbosinha (DEM), disse que ainda há tempo para conversar. “O governador está ainda trabalhando em cima do decreto, baseado em muito estudo e dialogando com todos os setores. Para nossa audiência futura também será necessário ter acesso aos trabalhos de especialistas como da Embrapa Pantanal, para subsidiar nossas informações e chegarmos a um denominador comum que possa transformar a economia de forma positiva”.