Presidente da CNI é preso em investigação sobre corrupção
"Operação Fantoche" também apura irregularidades sobre corrupção em contratos do Sistema S
19 FEV 2019 • POR Da redação com G1 • 09h36
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, foi preso pela Polícia Federal, nesta terça-feira (19), dentro da "Operação Fantoche", que investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S.
Conforme o G1, além de Andrade, o empresário Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva também foi preso. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na "Operação Esopo". Também são alvos de mandado de prisão os presidentes das Federações das Indústrias dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, além de empresários e advogado.
O nome da operação se deve a um dos festivais realizados pelo Sesi, o "Bonecos do Mundo", idealizado por Lina Rosa Gomes. Ela é um dos alvos de prisão.
A 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.
Confira quem são os alvos de mandado de prisão da Operação Fantoche:
• Robson Braga de Andrade - presidente da CNI
• Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva - empresário e um dos donos da Aliança Comunicação. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na "Operação Esopo"
• Ricardo Essinger - presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)
• Francisco de Assis Benevides Gadelha - conhecido como "Buega Gadelha", é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB). A Fiep-PB afirmou que "Buega" cumpre agenda em Brasília (DF)
• José Carlos Lyra de Andrade - presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA)
• Lina Rosa Gomes Vieira da Silva - empresária e publicitária, ligada à Aliança Comunicação
• Hebron Costa Cruz de Oliveira - advogado e presidente do Instituto Origami
• Jorge Tavares Pimentel Junior - empresário sócio da empresa Neves e Silva Produção
• Júlio Ricardo Rodrigues Neves - empresário, sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação
• Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva - ligado à Aliança Comunicação
Procurado pelo G1, o Ministério do Turismo afirmou que a atual gestão "já havia determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da Polícia Federal, ação que resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão".
Em nota, o Ministério do Turismo lembrou, ainda, que não é alvo das buscas e apreensões da "Operação Fantoche" e apontou que está totalmente à disposição para colaborar com a investigação.
Mandados
São 23 mandados de busca e apreensão em Pernambuco e sete de prisão temporária. A Casa da Indústria, na região central do Recife, está entre os locais em que as equipes da PF foram durante a manhã.
Entre os alvos da "Operação Fantoche" estão o Instituto Origami, Aliança Comunicação e Cultura, Idea Locação de Estruturas e Iluminação, Somar Intermediação e Negócios e Ateliê Produções Artísticas.
A operação
A investigação aponta que um grupo de empresas, sob o controle de uma mesma família, vem executando contratos, desde 2002, por meio de convênios tanto com o ministério, quanto com as entidades. Eles já receberam mais de R$ 400 milhões.
Foram cumpridos outros 40 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas. Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
A operação conta com apoio do Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação aponta que o grupo costumava utilizar empresas sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios, sendo a maioria para a execução de eventos culturais e de publicidade.
Segundo a PF, os contratos eram superfaturados ou inconclusos e os recursos eram desviados em favor do núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.