Educação

Pais e alunos vão a Câmara e pedem que escolas não fechem

A Secretaria Estadual de Educação anunciou o fechamento das escolas Riachuelo, Consuelo Muller, Zamenhof e Otávio Gonçalves da Silveira

8 JAN 2019 • POR Da redação • 11h50
Pais e alunos compareceram na Câmara para pedir que as escolas continuem abertas - JD1 Notícias

Pais, alunos, coordenadores e vereadores debateram e pontuaram contra o fechamento de quatro escolas estaduais de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (8), na Câmara de Vereadores. O parlamentar Valdir Gomes que é presidente da Comissão Permanente de Educação organizou a reunião que teve a presença da comunidade.

O anuncio sobre a extinção das escolas Riachuelo, Consuelo Muller, Zamenhof e Otávio Gonçalves da Silveira foi feito pela Secretaria Estadual de Educação alegando a necessidade de adequar a legislação e a situações pontuais de cada prédio.

Em contato com a Secretaria Estadual de Educação foi explicado que cada caso foi analisado e planejado uma melhor maneira de lidar com o problema sem prejudicar os estudantes e funcionários. No caso da escola Riachuelo, por exemplo, o encerramento foi em decorrência do deslocamento dos alunos, haja vista que o prédio fica em um local de difícil acesso e sem ponto de transporte coletivo nas proximidades. Já a escola Otávio Gonçalves que fica alocada dentro do residencial Flamingos, será fechada devido o pedido do sindico, que fez assembleia com os condôminos onde a solicitação foi deliberada e aprovada.


Agnaldo Cardoso, pai e representante da escola Otávio Gonçalves disse ao JD1 Notícias, que o local nunca prejudicou o residencial, e que a ideia partiu somente do sindico. “Não pode fechar, para construir o residencial havia a condição de se ter uma escola, a escola não é invasora”, exclamou.

Os vereadores André Salineiro, Dharleng Campos e Pastor Jeremias Flores que ocuparam a mesa, se posicionaram contra a decisão da SED e disseram que irão protocolar o pedido dos pais.

O vereador Valdir Gomes disse que os pais foram pegos de surpresa e que como conhecedor da educação, o fechamento representa um retrocesso. “O que ocorre é que a comunidade está assustada,  e existe o fato de todos terem feito as matriculas para aquelas escolas e somente depois, sem aviso prévio os alunos foram informados que seriam remanejados, isso é um desmerecimento, a secretária não tem visão de educação, nunca dependeu de escola pública e não sabe como funciona”, criticou Valdir Gomes.

Na semana passada a SED divulgou que alunos e professores não foram prejudicados com as adequações, e todos seriam transferidos para outros prédios. “Os alunos do AJA – Avanço do Jovem na Aprendizagem da Escola Riachuelo serão realocados no terceiro andar da Escola Estadual Hércules Maymone. Já os 400 alunos da Escola Estadual Otaviano Gonçalves da Silveira Junior serão acomodados na Escola Estadual Arlindo de Andrade Gomes”.

Ana Cristina Dias, 51 anos, empresária e mãe de aluna da escola Riachuelo, afirmou que o projeto de acolhimento é essencial aos adolescentes que frequentam mais e gostam de ir à escola. “Nenhum pai ou aluno foi questionado a respeito do fechamento, eles esperaram até o dia 18 de dezembro para anunciar, nós como votantes pedimos que permaneça a Riachuelo aberta, nós queremos o direito institucional dos nossos filhos que é o estudo” afirmou a empresária.

A coordenadora da escola Riachuelo, Tânia Maria, disse ao JD1 que sugeriu junto aos pais que a Secretaria Estadual de Educação, permaneça com o prédio aberto por pelo menos mais um ano, até que os alunos do ensino médio e do projeto Aja possam se formar. “Eu peço a secretária que deixe a escola funcionando, tem condições de continuarmos com os alunos do AJA no período matutino e noturno e no período vespertino alocar os alunos das outras escolas que irão fechar”.

Emocionada a aluna Mariana Catarina Gomes, 17 anos, falou que será bem mais difícil e que já houve protesto de estudantes do Hercules Maymone contra a transferência deles para o prédio. “Nós já choramos, nós queremos continuar com o projeto Aja, parece que é tudo mais difícil no Brasil, como vamos para uma escola que nem chegamos e os alunos já estão contra, fazendo manifestação?”, questionou.

Sobre a tal manifestação de alunos do Hércules contra a chegada dos novos estudantes, a assessoria da SED, informou a reportagem que esse fato não é de conhecimento e que o funcionamento do prédio está em sua normalidade.