Educação

Alunos da capital vão para Torneio de Robótica

São quase 60 estudantes com idade entre 11 e 17 anos participando o evento

22 NOV 2018 • POR Da Redação com Assessoria • 12h29
As provas, marcadas para esta sexta-feira (23), podem garantir uma classificação para a fase nacional do torneio - Divulgação/Sesi

“O que aprendemos é mais importante do que o que vamos ganhar”. Com essa frase Irys de Oliveira, 12 anos, resumiu o espírito dos alunos das escolas do Sesi de Mato Grosso do Sul ao embarcar, na manhã desta quinta-feira (22) de Campo Grande rumo à Goiânia (GO), onde vão disputar a etapa regional do Torneio de Robótica FLL (First Lego League).

São quase 60 alunos com idade entre 11 e 17 anos, e times de sete escolas, que, portando seus robôs e protótipos desenvolvidos de acordo com o tema desta temporada – Into Orbit Você tem o que é preciso para ir ao espaço? – estão prontos para viver a experiência que a competição proporciona.

As provas, marcadas para esta sexta-feira (23), podem garantir uma classificação para a fase nacional do torneio, que será em 2019 de 15 a 17 de março, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e, quem sabe, uma vaga no mundial, nos Estados Unidos, em abril, mas os alunos estão focados mesmo é no aprendizado. “Antes eu tinha uma visão muito minha sobre as coisas. A preparação para um torneio de robótica te faz enxergar o mundo de uma forma diferente”, completou Irys, que está no 7º ano do Ensino Fundamental da Escola do Sesi de Dourados e integra o time MegaMentes.

Maior torneio de robótica do mundo, o FLL, por exemplo, tem como um dos objetivos desafiar os competidores a criar soluções inovadoras que possam ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Seguindo o tema desta temporada, os times devem elaborar um projeto científico que auxilie astronautas durante as viagens espaciais. “Criamos o AIPIM, sigla para uma espécie de barra cereal a base de guavira, um fruto do cerrado bastante comum aqui em Mato Grosso do Sul que tem propriedades antioxidantes e pode reduzir o incômodo muscular dos astronautas”, explicou Irys sobre o trabalho do time.

Além do projeto de pesquisa, outro critério que conta pontos no FLL é o core values – a capacidade dos competidores de trabalhar em equipe e ajudar o próximo. “Para mim, este é o critério mais importante do torneio. Como os times são formados por alunos de todas as idades, fiz muito mais amigos na escola e passei a ter contato com muito mais gente”, afirmou Isabella dos Santos, 14 anos, da Escola do Sesi de Maracaju e responsável pelo projeto de pesquisa do time Mac Robots. 

A equipe The Vikings, da Escola do Sesi de Naviraí, aposta no “Viktor” para obter um bom resultado no torneio. Este é o nome do robô construído pelo time, que promete uma surpresa para a banca de jurados – outro critério avaliado, o design do robô. “Pensamos fora da caixa e usamos a criatividade e, ao mesmo tempo, na praticidade, para que o robô cumpra os desafios de forma mais ágil”, relatou a capitã do time, Mariana de Souza, 16 anos.

O desafio do robô é o quarto critério do FLL, e reúne provas em que os robôs devem percorrer trajetos e desviar de obstáculos. “Acredito que o torneio é um grande incentivo para os jovens serem pessoas melhores. Ali, mostramos que a mudança começa em nós, e surgem ideias capazes de mudar o mundo. É uma experiência que vamos levar para a vida”, afirmou Francislaine Pereira, 16 anos, do time Tupinambótica, da Escola do Sesi de Corumbá, que participa da regional do FLL pela segunda vez.

A gerente de educação do Sistema Fiems, Simone Cruz, afirma que a classificação para a etapa regional do FLL é resultado de um trabalho que começa em sala de aula, mas representa um crescimento pessoal que será levado por toda a vida pelos alunos. “Por meio do dia a dia da escola, com as aulas de robótica e oficinas extracurriculares, os alunos começam a entender aonde podem chegar. A participação no torneio é um aprendizado que não tem banco de escola que nos dê, e o Sesi trabalha para proporcionar esse tipo de experiência que faça a diferença para a vida deles”, falou.

O gerente do Sesi de Campo Grande, Helton Leal, acrescenta que o objetivo do Sesi é formar bons cidadãos e futuros profissionais focados na inovação. “É um investimento diário nessa disrupção, para que os alunos pensem fora da caixa. Trazemos esse novo conceito de mundo, porque os alunos de hoje serão os futuros profissionais e cidadãos”, concluiu. Além dos times das escolas do Sesi de Corumbá, Maracaju, Naviraí e Dourados, também participam do torneio as equipes Lego JEDI, de Campo Grande, Alphadroid’s, de Aparecida do Taboado, e Tera Robotic’s Prime, de Três Lagoas.