Polícia

"Operação Caronte" da PF desarticula esquema de quadrilha

Estão envolvidos um policial federal, um servidor administrativo e um contratado da PF

20 NOV 2018 • POR Da Redação com Assessoria • 09h15
Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, por cerca de 30 policiais federais - Reprodução/Internet

A Polícia Federal no Mato Grosso do Sul deflagrou, nesta manhã de terça-feira (20), a "Operação Caronte", por meio da qual foi desarticulado um esquema criminoso que ocorria no posto de controle migratório, Posto Esdras, em Corumbá/MS. A ação delituosa foi estabelecida por “empresas de turismo” que vendiam um “pacote” aos estrangeiros que desejavam entrar no País cobrando, além do transporte até São Paulo, taxas para não precisar passar pela fiscalização imigratória.

O esquema criminoso era composto por despachantes das “empresas de turismo”, contudo tinha a  participação de um policial federal, um servidor administrativo e um contratado da PF, os quais facilitavam a entrada irregular dos estrangeiros.

Os valores cobrados diferiam por migrantes, sendo que, inclusive, estrangeiros com impedimento ou com multa vigente tinham seus registros adulterados, de forma a permitir o ingresso em território nacional.
A prática criminosa consistia no desvio de documentos de imigração (conhecidos como “tarjetas”), os quais eram entregues aos despachantes que vendiam no “pacote” aos estrangeiros que desejavam entrar irregularmente no País. Após essa fase, os documentos eram inseridos nos sistemas de controle, burlando totalmente as regras estabelecidas, permitindo com que indivíduos ingressassem sem qualquer tipo de fiscalização. Migrantes com impedimentos ou multas tinham seus dados alterados para permitir o acesso ao território nacional.

Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, por cerca de 30 policiais federais. 

A operação foi batizada de Caronte, pois esse personagem mitológico era um barqueiro que somente atravessava as pessoas para outro plano mediante o pagamento de uma moeda, em alusão à corrupção praticada para permitir acesso ao território nacional.

Importante informar aos estrangeiros que desejam ingressar no País não devem pagar quaisquer quantias a servidores ou despachantes para os procedimentos de imigração.