Cultura

Museu Nacional solicita recursos no Orçamento 2019

Os recursos serão destinados para inicio da reconstrução do Palácio

2 OUT 2018 • POR Agência Brasil • 15h48
Museu Nacional pegou fogo há um mês - Divulgação

Após um mês do incêndio que destruiu o Palácio de São Cristóvão, a direção do Museu Nacional em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (2) afirmou que vem tentando incluir no Orçamento da União de 2019, uma previsão de R$50 milhões a R$100 milhões para iniciar a reconstrução do prédio. O diretor do museu, Alexander Kellner, disse que os recursos será o primeiro passo para possa reabrir no prazo de no mínimo de três anos.

"Estamos junto ao Congresso Nacional vendo a possibilidade de uma dotação orçamentária que seja impositiva e que nos permita pelo menos fazer uma primeira obra de infraestrutura como paredes, teto e coisas assim", disse Kellner, ressaltando que tal valor não inclui a restauração de detalhes internos mais específicos e toda a parte externa.

Pesquisadores, servidores e estudantes do museu fizeram um abraço hoje para marcar um mês do incêndio que destruiu um rico acervo que incluía coleções científicas conservadas e estudadas pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Invertebrados, Vertebrados e Geologia e Paleontologia.

A direção pretende manter o caráter histórico do palácio e preservar também sua tradição de exposições ligadas à história natural, mas precisará discutir o que será restaurado e o que precisará ser modernizado. O palácio foi residência de Dom João VI quando a família real portuguesa veio para o Brasil e abrigou também a família imperial brasileira. O prédio foi construído para ser uma residência e só se tornou museu após a Proclamação da República. Antes de se mudar para o palácio, o Museu Nacional funcionava no centro do Rio, na Praça da República.

Enquanto essas ações não começam, a empresa Concrejato foi contratada para escorar e cobrir a estrutura que restou do incêndio. A obra começou em 21 de setembro e tem prazo de seis meses para ser concluída. Com o escoramento, não haverá mais risco de desabamento e poderá ter início o trabalho de recuperação do acervo que foi soterrado pelos escombros e queimado no incêndio. Pesquisadores mantêm a expectativa de que parte dos itens pode ter sobrevivido à tragédia. Já a cobertura é necessária para proteger essas peças da chuva.