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Nova greve dos caminhoneiros pode parar o Brasil

O governo federal é acusado de não ter cumprido o prometido em relação ao preço do diesel

3 SET 2018 • POR Da redação, com informações do Folha de S. Paulo • 08h56
Na última sexta-feira (31), o preço do óleo diesel teve reajuste de 13% - Reprodução/Folha de S. Paulo

A União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) divulgou em nota no sábado (1°) que  uma nova paralisação será feita por tempo indeterminado, das atividades de transporte rodoviário de carga no Brasil. A previsão é de que possa ter início após o feriado da Independência do Brasil (7 de setembro).

O intuito da mobilização é chamar a atenção do governo federal que não adotou práticas de fiscalização para o cumprimento da tabela do frete, que estabelece preços mínimos dos serviços dos caminhoneiros. A UDC  acusa o governo de não ter cumprido o prometido em relação ao preço do diesel, que na última sexta-feira (31) teve reajuste de 13%.

A medida foi negociada na última paralisação da categoria, que paralisou diversas atividades no final de maio e início de junho. O movimento grevista prejudicou o desempenho da economia no segundo trimestre do ano, que teve crescimento de apenas 0,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No início da noite de sábado, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou em seu site nota afirmando que, "devido à variação do preço do óleo diesel, promoverá os ajustes necessários",  em cumprimento ao disposto na lei.

A nota não detalha quando seria aumentada a tabela nem em que percentual.

A entidade reclama da falta de fiscalização nas estradas pela ANTT. A UDC pede mais fiscais e postos de fiscalização que obriguem as transportadoras a cumprirem a tabela mínima do frete. “Pedimos imediatamente as seguintes providências afim de que a população brasileira não sofra os danos de uma nova paralisação”, afirma a nota.

Os caminhoneiros da UDC também reclamam da atuação da ANTT e pedem a dissolução da diretoria da entidade.

A possibilidade de uma manifestação perto das eleições, no entanto, já era ventilada dias após a paralisação de onze dias em maio, como forma de pressão política. 

De acordo com Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos, do Mato Grosso, se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou  8 de setembro, é grande o risco de haver novas paralisações.