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Juiz mantém prisão de suspeitos de participarem do “tribunal do crime”

28 JUN 2018 • POR Da redação com assessoria • 17h58
Divulgação

Um juiz plantonista do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), manteve a prisão de quatro suspeitos de participaram do “tribunal do crime”, em Campo Grande. A decisão ocorreu nesta quinta-feira (28), durante uma audiência de custódia que mudou a detenção de flagrante para preventiva.  Os envolvidos foram acusados de tentar matar um servente de pedreiro de 30 anos, no bairro Jardim Noroeste, na capital.

Conforme as informações da assessoria do TJMS, na terça-feira (26), a vítima compareceu na 5ª Delegacia de Polícia de Campo Grande apresentando diversos ferimentos pelo corpo e afirmando ter sido alvo de um julgamento realizado pela organização criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC), pelo qual teria sido sentenciado à morte.

Segundo o relato da vítima, na noite de segunda-feira (25), ele estava em casa com sua esposa e a filha de três anos, quando quatro homens, conhecidos da vizinhança, abordaram-no e ordenaram que entrasse em um carro, caso não desejasse morrer na frente de seus familiares. Obedecendo ao comando, ele entrou no veículo, sendo levado, com um capuz na cabeça, até uma casa no bairro Jardim Noroeste. 

Já no interior da residência, dez indivíduos o agrediram com socos, golpes de faca, coronhadas e pauladas, sob a acusação de ter sido descoberto como informante da polícia. Algum tempo depois, seis dos agressores saíram do local, deixando a vítima sob os cuidados dos outros. Os quatro homens, então, começaram a consumir drogas e, em um momento de distração deles, o servente pegou uma barra de ferro, agrediu um dos homens e conseguiu fugir pela janela.

Enquanto corria pela via pública, sendo perseguido pelos criminosos, ele acabou por bater em um veículo próximo a uma festa que acontecia no bairro. Várias pessoas aglomeraram-se em sua volta, fazendo com que os agressores desistissem de capturá-lo. 

O homem foi levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Tiradentes, onde recebeu atendimento em virtude das lesões no rosto, cortes nos braços e um corte maior na nuca. Na manhã de terça, ele teria saído da unidade de saúde e dirigido-se à sua casa. Contudo, ao chegar no local, foi recebido por quatro homens que começaram a agredi-lo novamente, dessa vez na frente da sua esposa. 
A vítima conseguiu escapar pela segunda vez e correu até a delegacia de polícia para pedir ajuda. 

Após apontar alguns dos homens envolvidos no julgamento, por meio de fotografias do cadastro policial de indivíduos afetos ao crime em sua região, a polícia deu início às diligências e prendeu quatro dos suspeitos de envolvimento no fato criminoso, no bairro Vila Nhánhá. 

Na audiência de custódia de hoje, o juiz plantonista ressaltou o extenso histórico criminal de todos os custodiados para a conversão da prisão em flagrante em preventiva. “Da mesma forma, a custódia cautelar se faz necessária, sobretudo, pela reiteração delituosa, uma vez que em consulta ao SIGO e ao Sistema de Automação da Justiça, verificou-se que os autuados possuem desfavorável histórico criminal, mormente pela prática de delitos de natureza patrimonial, tudo a demonstrar que, em liberdade, representam risco real à ordem pública, pela reiteração da prática delituosa”, frisou o magistrado.