Greve pode impactar recuperação econômica, diz associação
25 MAI 2018 • POR Agência Brasil • 16h11A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), informou nesta sexta-feira à tarde (25), que toda a cadeia produtiva foi afetada pela greve dos caminhoneiros hoje, no quinto dia de paralisação. O setor de laticínios, por exemplo, deixou de coletar 51 milhões de litros de leite por dia nas fazendas, e o produto vem sendo descartado.
O setor estima um impacto de R$ 180 milhões por dia no segmento. A associação também projeta uma perda acumulada de R$ 1 bilhão na área de proteína animal, e empresas relatam a paralisação de fábricas, por falta de espaço para estocar produtos, e o desabastecimento de matérias-primas.
A entidade alerta que a situação tem se agravado a cada dia, com maior número de veículos com alimentos parados nos principais pontos das rodovias. Considerando apenas três (das 106 associadas), são mais de 363 caminhões com alimentos perecíveis parados em estradas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro O setor da alimentação no Brasil reúne mais de 35 mil indústrias.
Folha de pagamento
A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), revelou que empresas do setor estão com máquinas paradas e estoque de insumos em baixa. O setor de embalagens, que funciona como uma espécie de termômetro da cadeia produtiva, é um dos mais afetados.
“Somos a última etapa da cadeia de produção de vários setores da economia. Se os produtos não tem embalagens, não podem ser vendidos”, disse o empresário Sidney Anversa Victor, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf-SP).
De acordo com o empresário, a greve dos caminhoneiros pode ter reflexos também na tendência de recuperação econômica que o setor apresentava desde o início do ano.
“A folha de pagamento, por exemplo, pode ser onerada em até 25% a cada 10 dias. Com as impressoras paradas, não podemos faturar, mas no final do mês temos que honrar o compromisso com os trabalhadores. O setor, depois de seis anos de crise e redução de 20% na mão de obra desde 2012, vinha registrando uma leve recuperação no início deste ano, mas agora o temor é de que a greve dos caminhoneiros impossibilite a retomada do crescimento e que 2018 feche também com números negativos", afirmou o presidente da Abigraf-SP.