Fiems é contra aumento de energia elétrica no setor industrial
A Aneel autorizou um aumento de 10,75% na conta de energia elétrica residencial e somado com o índice para o setor industrial de 7,91%, as duas altas representam um reajuste médio de 9,87%
8 ABR 2018 • POR Da redação • 13h51O presidente da Fiems, Sérgio Longen considera um erro reajuste de 7,91% na tarifa de energia elétrica dos consumidores industriais dos 74 municípios de Mato Grosso do Sul atendidos pela Energisa autorizado pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) .
“Eu entendo como um desalinhamento do Agência com o desenvolvimento do Estado. Se nós temos uma inflação controlada, em torno de 3% ao ano, como nós vamos suportar, de uma hora para outra, um reajuste de energia elétrica para o setor industrial de aproximadamente 8%?”, questionou.
Sérgio Longen destaca que esse aumento impacta diretamente no custo da produção industrial. “Nós vamos ter de transferir para o produto final esse custo da energia elétrica. Há um desalinhamento da inflação, ou seja, a própria Aneel começa a transferir a inflação para os produtos e, por isso, somos contrários a esse reajuste. Entendemos que repassar a inflação do período é normal, como nós empresários fazemos no caso dos salários dos nossos funcionários, mas, multiplicar o percentual e transferir para os custos das empresas nós somos totalmente contra”, afirmou.
A Aneel também autorizou um aumento de 10,75% na conta de energia elétrica dos consumidores residenciais (baixa tensão) e somado com o índice para o setor industrial, ou seja, 7,91%, as duas altas representam um reajuste médio de 9,87%. As novas tarifas entram em vigor a partir do próximo dia 8 de abril para um milhão de unidades consumidoras em 73 municípios do Estado atendidos pela Energisa.
Custos
Levantamento do Radar Industrial da Fiems aponta que o reajuste de 7,91% sobre a tarifa de energia elétrica do consumidor industrial da Energisa resultará em um impacto da ordem de R$ 23,3 milhões para os empresários industriais sul-mato-grossenses. Esse montante leva em consideração o fato de o preço final do MWH (Megawatt/hora) da classe industrial ser próximo de R$ 589,30 e podendo ir para aproximadamente R$ 635,91, já incluso, além da tarifa da distribuidora, impostos como PIS, Cofins e ICMS.
Ainda de acordo com os dados do Radar da Fiems, o consumo anual da classe industrial de consumidores cativos da Energisa foi algo em torno de 500.000 MWH em 2016 e, considerando que em 2017 os consumidores de classe industrial tenham mantido o mesmo nível de demanda de energia e com o preço final em R$ 589,30 por MWH, o custo total com energia no ano passado ficou em R$ 294,7 milhões.
Portanto, para 2018, o reajuste de 7,91% para os consumidores cativos de classe industrial resultará em uma tarifa final de R$ 635,91 por MWH (Preço final com encargos e impostos). Na prática, essa alta autorizada pela Aneel elevará os gastos com energia do setor industrial, mantido o mesmo nível de demanda, para R$ 318 milhões, resultando em um impacto da ordem de R$ 23,3 milhões para essa classe de consumo no Estado.