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ONU pede cuidados médicos para todos no Dia Mundial da Saúde

Segundo dados da ONU, metade da população mundial ainda tem falta de acesso a cuidados essenciais de saúde

7 ABR 2018 • POR Agência Brasil • 09h12
Reprodução/ FLI-BH/Divulgação

Neste sábado (7) o mundo inteiro comemora o Dia Mundial da Saúde, que este ano tem o lema “Cobertura de Saúde Universal: para toda a gente em todos os lugares”. Na mesma data, celebra-se o 70º aniversário da Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação é da ONU News.

Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou os princípios fundadores da OMS, que neste momento responde a surtos e crises humanitárias em mais de 40 países. E ressaltou que “usufruir do melhor estado de saúde possível é um dos direitos fundamentais de todos os seres humanos.”

O chefe das Nações Unidas disse ainda que desde a fundação da Organização Mundial da Saúde “a esperança média de vida em todo o mundo aumentou 23 anos, a varíola desapareceu e a pólio vai acabar em breve.” contudo, apesar destes avanços, Guterres afirmou que “pessoas em todo o mundo ainda têm falta de acesso a serviços vitais de saúde.”

E hoje - Dia Mundial da Saúde - o secretário-geral disse que se junta ao compromisso da OMS “para garantir que toda a gente, em todos os lugares, tenham os cuidados de saúde de que precisam.”

Segundo dados da ONU, metade da população mundial ainda tem falta de acesso a cuidados essenciais de saúde. E todos os anos cerca de 100 milhões de pessoas são empurradas para uma situação de pobreza extrema devido a custos médicos.

Cobertura universal

O chefe do Escritório da OMS para Doenças Crônicas Não transmissíveis, João Breda, explicou à ONU News, de Moscou, que o tema deste ano reflete a prioridade da agência de não deixar ninguém para trás.

“Infelizmente, nem todas as pessoas no planeta têm acesso aos cuidados preventivos e curativos necessários. A OMS afirma reconhecer que “com um pouco mais de esforço e de investimento, seria possível melhorar significativamente os níveis de saúde prestados aos cidadãos dos diferentes países.”

Breda acredita que essa melhoria traz benefícios econômicos e é um passo importante no sentido de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) firmados pelas Nações Unidas.

“Esta cobertura universal só será assegurada se todos os atores importantes neste processo forem envolvidos, desde o setor social, passando pelo setor privado e pelas diferentes áreas da educação. Estamos a falar de saúde, mas o problema só pode ser resolvido se todos estiverem comprometidos,” destacou.

Nova agenda

Em maio próximo, durante a 71ª Sessão da Assembleia Mundial da Saúde, que terá lugar em Genebra, Suíça, a OMS vai propor uma nova agenda para o setor, com base nas experiências destes 70 anos.

A nova abordagem contempla objetivos até 2023, ano que marca metade do prazo até ao fim da Agenda 2030. Nestes cinco anos, a OMS quer expandir a cobertura universal de saúde para mais 1 bilhão de pessoas.

Progresso

A agência da ONU assinala que, em sete décadas, aconteceram grandes melhorias nos cuidados de saúde. A varíola foi eliminada e a pólio está à beira da erradicação. Muitos países conseguiram eliminar o sarampo e a malária. Pelo menos 21 milhões de pessoas recebem tratamento para o HIV. Foram criadas vacinas contra a meningite e o ebola, bem como a primeira vacina contra a malária.

Segundo a OMS, o maior progresso ocorreu entre as crianças. Em 2016, menos 6 milhões de crianças morreram antes dos cinco anos,  em comparação com 1990.