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PGR abre procedimento que pode federalizar caso sobre morte de vereadora

15 MAR 2018 • POR Agência Brasil • 17h28

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou a abertura de um procedimento instrutório para a possível federalização das investigações sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada na noite de ontem (15) no Rio de Janeiro.

O procedimento instrutório é uma fase preliminar do processo que pode levar à instauração de um Incidente de Deslocamento de Competência, instrumento pelo meio do qual o Ministério Público Federal (MPF) solicita à Justiça a federalização de algumas investigações.

Por meio de nota, Dodge também informou ter feito solicitação formal à Polícia Federal (PF) para que adote providências para investigar o assassinato.

Apesar da providência, Dodge disse prestar total apoio ao procurador de Justiça Eduardo Gussen, que comanda o Ministério Público do Rio de Janeiro, na apuração do caso. "O Ministério Público está unido e mobilizado em torno do assunto", diz o texto.

O secretário de Direitos Humanos da Procuradoria-Geral da República (PGR), André de Carvalho Ramos, foi enviado ao Rio de Janeiro para acompanhar o início das investigações feitas pelo Ministério Público do estado, informou Dodge.

Assassinato

Marielle, de 38 anos, foi assassinada com quatro tiros na cabeça na noite de ontem (14), quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento do movimento no negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro quando os criminosos emparelharam com o veículo da vítima e atiraram.

O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro da vereadora, também morreu na hora. Uma assessora da vereadora que também estava no veículo sobreviveu ao ataque.

Atuação política

Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio.  Recentemente, Marielle havia assumido a relatoria da comissão da Câmara de Vereadores do Rio responsável por monitorar a intervenção federal na Segurança Pública do estado. Com frequência, ela fazia denúncias contra a violência policial em comunidades.