Governo do Rio aconselha turista não vacinado a evitar matas e cachoeiras
30 JAN 2018 • POR Agência Brasil • 18h28O secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antonio de Souza Teixeira, recomendou hoje (30) aos turistas que não tomaram vacina contra febre amarela que evitem fazer trilhas e visitar cachoeiras e florestas durante ara o carnaval. "Estamos falando de febre amarela silvestre, e a recomendação para quem não estiver vacinado é evitar frequentar matas, florestas e cachoeiras."
O assunto foi tema de um encontro nesta terça-feira entre representantes do governo estadual, de agências de viagem, da rede hoteleira e dos principais países emissores de turistas para o estado. Além de Teixeira, participaram o secretário estadual de Turismo, Nilo Sérgio Félix, o cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, James Story, os cônsules de países como Argentina, Canadá e Chile, e representantes do setor de turismo, como o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ), Alfredo Lopes.
Teixeira disse que a orientação passada aos responsáveis por hotéis e agências de viagem é alertar os turistas para que deem preferência às praias, aos blocos carnavalescos e ao Sambódromo [local dos desfiles das escolas de samba], recomendação que também é feita aos moradores da capital. "A diferença é que nossos moradores estão sendo vacinados, e os turistas, mesmo tomando a vacina aqui, ela levará 10 dias para fazer efeito”.
No encontro, o secretário de Saúde procurou tranquilizar a todos, mas não deixou de recomendar que os turistas que estiverem que tomem antes a vacina contra febre amarela ou evitem áreas de riscos de contaminação pelo vírus. Ele disse que não há motivo para preocupação e ressaltou a necessidade de cuidados em áreas especificas. Teixeira lembrou que o estado trabalha para controlar a doença desde janeiro o ano passado, quando foram detectados casos em outros estados como Minas Gerais e Espírito Santo. "O Rio de Janeiro foi o Estado que mais aplicou doses [de vacina] até agora. São mais de 8 milhões de pessoas imunizadas, que equivale a 61,4% do público-alvo.”
O secretário lembrou ainda que, desde 4 de abril de 2017, a Organização Mundial da Saúde determinou que todos os turistas que viessem para o Rio de Janeiro fossem vacinados. “A recomendação, portanto, não é recente. É um cuidado que muitos países tropicais tomam. Reafirmo que não há sinal do vírus na capital. A orientação principal é que, os turistas, que não estiverem vacinado não façam visitas a trilhas, cachoeiras e florestas."
De acordo com Teixeira, a reunião de hoje serviu para mostrar a real situação epidemiológica do estado e da cidade, sinalizando as áreas onde não há sinais de circulação viral. Teixeira enfatizou que, no Rio, trata-se da febre amarela silvestre e que, por isso, recomenda-se aos que não tomaram a vacina antes de ingressar no estado que permaneçam nas nas regiões urbanas e no litoral.
O cônsul americano, James Story, ressaltou a necessidade todos observarem as recomendações dadas pelo governo do Rio, mas disse areditar que a maioria dos turistas estrangeiros que passarão o carnaval no Brasil já tenha tomado a vacina. “Mas é bom ouvir a recomendação do governo do Rio e do Ministério da Saúde, conhecer a real situação [do vírus no país] e esclarecer as opções de lugares que devem e podem ser frequentado pelos turistas que não estiverem vacinados." Para Story, a reunião de hoje serviu para esclarecer esse ponto.
Nota técnica
Em nota técnica, o governo do Rio repassou às agências de viagem, aos hotéis e consulados informações sobre a febre amarela no estado. “Nossa preocupação é trazer os dados reais da doença para aqueles que abastecem os visitantes com informações sobre o Rio de Janeiro. Aqui estão presentes os formadores de opinião do setor de turismo. É fundamental que os viajantes estejam cientes da realidade da febre amarela no nosso estado”, afirmou o secretário de Turismo, Nilo Sérgio.
Assim como o secretário de Saúde, Nilo Sérgio afirmou que não há motivo para os turistas se preocuparem. “A febre amarela que atinge o estado é silvestre, transmitida, apenas em regiões de matas e florestas. Não há sinal do vírus na capital, nem proibição de passeios em nenhuma atração turística da cidade. Por isso, enfatizo aqui a importância de que seja replicada a nota técnica da Secretaria de Saúde”, enfatizou.
Hotéis
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio, Alfredo Lopes, disse que o setor espera ocupação recorde no carnaval, superando, inclusive, as festas de fim de ano. “Deveremos ter um novo recorde no número de turistas na cidade em razão, principalmente, da expansão da rede hoteleira nos últimos anos.”
Segundo Lopes, existia uma demanda muito forte por informações sobre a doença, especialmente dos países do Mercosul, que correspondem a 30% dos ruristas internacionais, e foi isso que motivou o encontro desta terça-feira. “Às portas do carnaval, já estamos com uma ocupação muito próxima de 90% na zona sul da cidade e de 80% na Barra da Tijuca. E nunca é demais lembrar que muitos turistas, principalmente os do próprio país, têm o hábito de deixar para fazer a reserva em cima da hora.”