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PF investiga fraudes em licitações nos hospitais da Capital

A Organização Criminosa desarticulada causou um prejuízo de aproximadamente R$ 3.200.000 em desvios de verbas públicas

25 JAN 2018 • POR Da redação com Assessoria • 08h22
Reprodução

A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deflagrarão na manhã dessa quinta-feira (25) a investigação denominada “Operação Again”, que investiga a atuação de organização criminosa destinada a fraudar licitações realizadas pelos Hospitais Universitário e Regional de Campo Grande.

O esquema criminoso fraudava licitações causando sobrepreço nos produtos adquiridos e, dessa maneira causando prejuízo ao erário. Além disso, existem indícios de que os integrantes da organização criminosa desviavam os materiais adquiridos, com o fim de atender a população, para serem utilizados em clínicas particulares, recebiam produtos com prazo de validade e qualidade inferiores ao previsto nos contratos e buscavam dificultar as fiscalizações da Controladoria Geral da União.

A atividade delituosa contava com o envolvimento de servidores públicos que recebiam vantagens ilícitas das empresas envolvidas no esquema de fraude a licitações, com ênfase no setor de hemodinâmica (método diagnóstico e terapêutico que usa técnicas invasivas para obtenção de dados acerca de cardiopatias). As propinas pagas eram dissimuladas de diversas formas, tais como pagamentos de viagens e transferências de veículos de alto valor.

A Organização Criminosa desarticulada causou um prejuízo de aproximadamente R$ 3.200.000 em desvios de verbas públicas, em um universo de R$ 6 milhões analisados nos contratos.

A investigação recebeu o nome de “Operação Again”, em alusão ao fato de se tratar de metodologia criminosa semelhante àquela que restou desarticulada pela “Operação Sangue Fria”, deflagrada em 19 de março de 2013, contudo, com novos integrantes do esquema delituoso.

Na deflagração estão sendo cumpridos 20 Mandados de Busca e Apreensão nas cidades de Campo Grande, Dourados e Belém/PA, com a participação de aproximadamente 100 (cem) Policiais Federais e servidores da CGU. Dos investigados, dois tiveram decretada a medida cautelar de colocação de tornozeleira eletrônica.

Foram apreendidos equipamentos de ortopedia como passa fio (usado para perfurar osso) e placas. Além de materiais fora da validade como fios guia, partículas de embolização e balões para angioplastia.