Brasil

Venezuela prepara exercícios militares para fazer frente à "ameaça imperial"

Apenas ao estado de Miranda, que cobre boa parte de Caracas, devem chegar 10 mil militares

24 AGO 2017 • POR Agência Brasil • 17h48

Centenas de venezuelanos participaram hoje (24) de simulações prévias aos exercícios cívico-militares que serão realizados neste final de semana, ordenados pelo presidente Nicolás Maduro para fazer frente à "ameaça imperial" feita pelo dirigente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse não descartar uma opção militar para o país. A informação é da EFE.

A emissora de televisão estatal VTV exibiu várias manobras militares, práticas de tiro e aterrissagem em pelo menos cinco das 24 entidades federais da Venezuela, todas lideradas por membros da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e, em alguns casos, com participação de civis.

A agência estatal de notícias AVN disse que práticas similares têm sido realizadas durante esta semana em uma dezena de cidades do interior do país, como preparação para o "exercício de defesa integral Soberania Bolivariana 2017".

Apenas ao estado de Miranda, que cobre boa parte de Caracas, devem chegar 10 mil militares no sábado e domingo, ainda que o governo espere a participação de mais de 100 mil pessoas, entre civis e soldados, em cidades como Anzoátegui (leste) e Zulia (oeste), na fronteira com a Colômbia.

Trata-se de um "exercício nacional cívico-militar de defesa integral armada da pátria venezuelana que se dará em todo o território nacional", detalhou Maduro na semana passada, ao anunciar estas manobras diante de milhares de pessoas em Caracas, durante um ato em rejeição à advertência de Trump.

A chamada “revolução bolivariana” realizou um exercício similar no qual participaram cerca de 500 mil pessoas em janeiro, quando o governo dos EUA decidiu prolongar o decreto emitido em 2015 que considera a Venezuela uma "ameaça extraordinária".

"Queremos paz? Preparemo-nos para defender a paz com tanques, aviões, fuzis, mísseis e o principal: o coração formoso do povo nobre de (Simón) Bolívar e de (Hugo) Chávez", argumentou  o líder chavista.