Geral

Homicídio de ex-vereador causa comoção

Silveira e Fátima foram assassinados em uma propriedade na região do "Aguão"

22 JUL 2017 • POR Da redação • 10h15

Depois da morte dos estudantes Breno e Leonardo, sequestrados ao saírem do 21 Bar e Lazer  e assassinados de forma cruel em setembro de 2012, parecia que Campo Grande não viveria outro crime que chocasse tanto a cidade, até a última terça-feira (18), quando o ex-vereador Cristóvão Silveira e sua esposa, Fátima, foram mortos de forma brutal pelo caseiro da própria chácara.

Silveira e Fátima foram assassinados em uma propriedade na região do "Aguão", zona rural da Capital, após serem roubados. Cristóvão Silveira foi morto aparentemente com golpes de facão e a esposa foi encontrada com o corpo carbonizado. 

Vingança

A motivação do crime teria sido vingança. Em depoimento no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), o caseiro Rivelino Mangelo, 45 anos, teria afirmado ser maltratado pelo patrão e que a mulher foi morta para não ficar de testemunha. Ele foi preso em Anastácio com os filhos, Alberto Nunes Mangelo, de 20 anos, e Rogério Nunes Mangelo, de 19 anos, que também tiveram participação. 

Além deles, mais dois homens ajudaram no crime: Diogo André dos Santos Almeida, 21 anos, sobrinho de Rivelino, que morreu numa troca de tiros com a polícia; e outro, que não teve a identidade divulgada, também está preso.

De acordo com o delegado Fabio Peró, Rivelino teria dito que há uma semana entrou em contato com o filho Rogério Nunes Mangelo, 19 anos e com o sobrinho Diogo André dos Santos Almeida, 21 anos que teriam demonstrado resistência em participar do crime. Em conversas no aplicativo WhatsApp, o caseiro então teria dado o ultimato aos dois alegando que se não o ajudassem ele faria sozinho.

Peró explicou, que por volta das 13h da terça-feira (18), Rogério e Diogo chegaram na chácara e ficaram escondidos. Às 15h o casal, Cristóvão e Fátima chegaram ao local e foram conduzidos por Rivelino até o galpão onde começaram as agressões. O caseiro atacou a esposa e o ex-vereador ficou por conta do sobrinho.

Por volta das 18h a PM (Polícia Militar) foi acionada. Entre 18h e 20h investigadores do GOI (Grupo de Operações e Investigações) já estavam a caminho da cena do crime. Às 20h os policiais do Garras foram acionados e também se encaminharam à chácara onde aconteceu o homicídio.

Assim que mataram o casal, Rogério e Diogo fugiram com a caminhonete até Anastácio. Foram então até uma chácara localizada a 30Km de Aquidauana, onde estava Alberto Rivelino, 21 anos, também filho do caseiro que teria ficado com uma TV roubada do casal e afirmou que o primo e o irmão chegaram ao local com as roupas ensanguentadas e teriam queimado as peças.

Diogo então seguiu com um outro comparsa para a Bolívia. Rogério e Alberto foram presos ainda em Anastácio assim que os policiais tiveram conhecimento da localização dos suspeitos.
Violência

Tamanha foi a violência praticada pelos criminosos que o velório do casal teve de ser adiado duas vezes. O motivo, de acordo com informações, foi o fato de os corpos terem ficado desfigurados.
Currículo de Silveira

Cristóvão Silveira foi vereador de Campo Grande por cinco mandatos (de 1993 a 2012). Silveira foi vereador pelo PSDB e é o autor de duas importantes leis. A Lei nº 3.121/95, que trata da obrigatoriedade do uso de cinto de segurança pelos ocupantes dos bancos dianteiros dos veículos automotores que circulam

pelo município de Campo Grande; e a Lei da Cantina Saudável (Lei nº 4.992/11).
Silveira deixou a Câmara Municipal em 2012 e começou a se dedicar aos negócios da família. Pai de dois filhos, o ex-vereador e a esposa são lembrados como pessoas boas que sempre ajudaram as pessoas.


Familiares e amigos desabafam nas redes sociais

Familiares e amigos lamentam, nas redes sociais, a morte do ex-vereador Cristóvão Silveira, 65 anos, e de sua esposa, Fátima Silveira, assassinados na terça-feira (18).

“Um amigo muito querido... Hoje o dia está muito triste e difícil de acreditar nessa tragédia. Descanse em paz amigo do coração!! (sic)”, escreveu uma amiga.
Outra amiga lembrou dos mais de 50 anos de amizade com o casal. “Não dá para acreditar. ...descansem em paz amigos (sic)”, finalizou.