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ONU diz que ainda acredita em compromisso da Síria com processo de paz

A afirmação se deu em resposta às declarações no sentido contrário dadas pelo presidente sírio Bashar al-Assad

15 MAI 2017 • POR Agência Brasil • 13h08

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, disse nesta segunda-feira (15) ainda ter confiança no compromisso do regime sírio para com as negociações que estão sendo desenvolvidas em Genebra visando buscar um acordo de paz com a oposição no país. A afirmação se deu em resposta às declarações no sentido contrário dadas pelo presidente sírio Bashar al-Assad. As informações são da agência EFE.

"Não quero fazer comentários a respeito das declarações feitas pelo presidente Assad. O que posso dizer é que sua delegação chegou (a Genebra) e tem a autoridade para ter conversas sérias", afirmou Mistura, em uma coletiva de imprensa na véspera do início da sexta rodada de negociações de paz.

Ao ser perguntado sobre as afirmações que Assad fez em entrevista à emissora bielo-russa ONT TV na qual ele disse que "não há nada de substancial nas reuniões de Genebra" e que são encontros "puramente para a imprensa", de Mistura respondeu que a delegação estava em lá "para trabalhar".

"Por que o presidente Assad enviaria a Genebra, para várias rondadas, uma delegação de 15 ou 18 pessoas encabeçadas por um embaixador altamente experiente, como é o embaixador sírio perante a ONU, Bashar Jaafari, para abordar questões do processo político se não estivesse interessado e potencialmente envolvido no diálogo de paz?", questionou Mistura.

Quatro pilares

O mediador adjunto das Nações Unidas, Ramzy Ezzeldin Ramzy, que acaba de voltar de uma viagem a Damasco, explicou que o regime confirmou as quatro temáticas da agenda e disse que é possível progredir mais em uns do que em outros.

Os quatro pilares são: 1. a criação de um governo crível, inclusivo e não sectário; 2. estabelecer um calendário e processo para a elaboração de uma nova Constituição; 3. promover eleições livres e justas supervisionadas pela ONU; e  4. promover uma governança de segurança, o combate ao terrorismo e medidas de criação de confiança.

"O que escutei em Damasco é que eles abordarão de maneira construtiva qualquer proposta que façamos e não tenho nenhum motivo para duvidar disso quando nos reunirmos com os representantes do governo sírio amanhã. Eles estão envolvidos no processo de Genebra e nos disseram que querem trabalhar conosco no processo político", informou Ramzy.

Staffan de Mistura explicou que todos os convidados estarão na sexta rodada de negociações.Ou seja, o governo sírio e as oposições política e militar que já participaram dos encontros anteriores. O objetivo desta nova rodada, que começará amanhã e terminará na próxima sexta-feira ou sábado, dependendo dos avanços, é entrar em um diálogo mais "pragmático", mas ainda indireto com as partes e retomar o diálogo após a pausa do início do Ramadã (mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual).