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Jerson Domingos e contribuintes a espera de vacina são enxotados de posto de saúde

Além dele também estava o ex-conselheiro Cícero de Souza. E não, não rolou carteirada

31 JAN 2017 • POR Gerciane Alves e Liziane Berrocal • 15h48

Ao levar o filho de 4 anos para tomar vacina na Unidade Básica de Saúde 26 de Agosto, na Capital, o doutor em biologia Thomaz Liparelli, de 53 anos, conta que presenciou uma cena de descaso e total despreparo de uma funcionária do posto de saúde. Faltando meia hora para encerrar o expediente do local, de forma truculenta, ela teria expulsado as pessoas que esperavam para tomar a vacina de Febre a Amarela. Entre as cerca de 10 pessoas que aguardavam estavam os conselheiros Cícero de Souza e Jerson Domingos.

Thomaz conta que eram 10h30 e a funcionária apareceu expulsando todos porque o expediente da unidade de saúde encerrava as 11 horas. Ele então teria questionado primeiramente a forma como ela se dirigiu às pessoas da fila e depois que ainda faltava meia hora para que o posto fechasse para o almoço, tempo suficiente para vacinar todas as pessoas da fila. 

Ele conta que ainda destacou que a maioria das pessoas ali presentes eram crianças e idosos, mas a funcionária teria alterado e voz e dito que não se importava. “Quem quiser vem vacinar mais cedo”, teria dito a mulher. Foi então que Thomaz se revoltou. “Eu não agüentei ver aquilo. Um casal de idosos começou a chorar porque tinham pegado dois ônibus para chegar lá. Então eu disse pra ela que não precisava tratar as pessoas daquele jeito. Se ela estava gritando com eles, eu também gritaria com ela”, conta.

O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas Estadual) Jerson Domingos também teria argumentado com a mulher explicando que estava ali para vacinar um amigo que era médico aposentado, mas em nenhum momento se identificou como conselheiro. Sem reconhecê-lo a mulher teria repetido que não se importava com quem estava na fila. Logo atrás de Jerson Domingos também estava o conselheiro Cícero de Souza, que também não foi reconhecido.

Após a discussão, outra funcionária teria começado a entregar fichas para que as pessoas que estavam na fila tomassem a vacina, mas segundo Thomaz muitas já haviam ido embora no meio da discussão. “Eu era o nono da fila e peguei a ficha número 6”, diz. A outra funcionária teria pedido desculpas pela atitude da colega.

No fim de tudo, todos os que permaneceram no local foram vacinados e Thomaz destaca que mesmo sendo o último da fila saiu do posto faltando 10 minutos para as 11 horas da manhã. 

Por meio de sua assessoria de comunicação a Prefeitura de Campo Grande informou que a Secretaria Municipal de Saúde irá apurar se houve algum excesso por parte da funcionária. Na nota a assessoria também destaca que "por não se tratar de uma campanha, não houve reforço no recursos humanos. O vacinador fica responsável por aplicar a dose e fazer o relatório, o que eventualmente demanda um tempo maior". Leia a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde irá apurar se houve algum excesso por parte da funcionária. É preciso frisar que as unidades básicas de saúde funcionam das 7h às 11h e das 13h às 17h. Portanto, caso haja uma demanda muito grande os pacientes são orientados a retornarem no segundo período ou procurarem uma unidade mais próxima.

Por não se tratar de uma campanha, não houve reforço no recursos humanos. O vacinador fica responsável por aplicar a dose e fazer o relatório, o que eventualmente demanda um tempo maior. E no caso citado, é preciso avaliar se realmente haveria tempo hábil para atender a todos na fila, pois provavelmente os pacientes foram avisados que teria um limite de atendimento até determinado horário.

É preciso lembrar que idosos (acima de 60 anos) só podem tomar a vacina contra Febre Amarela com orientação médica.