Geral

O retorno de um estranho

33 anos depois, ex-deputado do MDB ganha cargo

5 OUT 2016 • POR Da redação • 09h49
O ex deputado Antônio Carlos de Oliveira foi indicado ao cargo pelo ex governador André Puccinelli - Reprodução

O ex-deputado federal Anônio Carlos de Oliveira, foi confirmado como novo superintendente da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste). Oliveira, que foi eleito em 1978 e exerceu o mandato até janeiro de 1983, foi indicação do ex-governador André Puccinelli, que foi incisivo em sua orientação. O ato foi assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (5).

Há mais de três décadas afastado do Mato Grosso do Sul e domiciliado em Brasília, o novo superintendente não conhece um vereador sequer ou líder classista daqui, além de desconhecer a nova realidade do Estado e sua indicação, baseada em critérios unicamente de predileção pessoal do ex-governador, é um tapa na capacidade de técnicos, ex-prefeitos, professores universitários e pessoas que conhecem o funcionamento da máquina pública de MS e que se encaixariam dentro do perfil exigido para o cargo. A meritocracia, aqui, foi assoprada ao vento e substituída pelo QI, o chamado "quem indica". 

A Sudeco pode ser uma ferramenta útil e operante para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e, se bem articulada, semearia projetos e financiaria iniciativas importantes para o futuro do Estado. Utilizá-la para provar que a ressurreição política existe é quase um desrespeito com o Estado.

Os senadores Waldemir Moka, Simone Tebet e Pedro Chaves, bem como os deputados Carlos Marun, Luiz Mandetta, Tereza Cristina, Geraldo Resende e Elizeu Dionísio, que estão na base de apoio do governo, erram, e feio, ao ceder a um caprico individual sem qualquer explicação plausível. Nas federações, no funcionalismo estadual e federal, e nos partidos políticos que apoiam o governo de Michel Temer, inclusive no PMDB, de André, existem vários nomes que poderiam ascender ao cargo. Puccinelli erra ao desprestigiar os que vivem em Mato Grosso do Sul. Nossa bancada idem, por ser subserviente a um capricho e não ao seu compromisso com o Estado e suas instituições.

Nada a contestar no que tange às qualidades pessoais e técnicas do ex-deputado Antônio Carlos, mas, com tudo o que temos à disposição, nessa unidade da federação, a única coisa de que não precisávamos era o retorno de um estranho, como se necessidade houvesse de fabricarmos uma solução menosprezando nomes locais.

Confira a decisão abaixo: