Trabalhador escravizado é obrigado por 'trisal' a tatuar iniciais do patrão no corpo
Homem e mulher trans, ambos do Uruguai, foram resgatados de residência em Minas Gerais
26 ABR 2025 • POR Pedro Molina • 18h11
Dois trabalhadores – um homem homossexual e uma mulher transgênero – foram resgatados de uma residência em Planura, no interior de Minas Gerais, após serem escravizados por um ‘trisal’ de homens.
A operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ocorreu após uma denúncia que revelou sistemáticas violações de direitos humanos, incluindo trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência física e psicológica contra os trabalhadores, ambos do Uruguai.
A ação aconteceu nos dias 8 e 15 de abril.
Segundo o portal Metrópoles, as vítimas foram aliciadas pelos criminosos por meio de redes sociais, onde os empregadores usavam plataformas para abordar indivíduos em situação de vulnerabilidade socioeconômica e afetiva, onde promoviam falsas oportunidades de trabalho, moradia e acolhimento.
O principal alvo dos três criminosos eram pessoas LGBTQIAPN+, buscando stabelecer vínculos de confiança e, posteriormente, promover situações abusivas e degradantes”, com jornadas exaustivas, sem remuneração e em condições precárias de moradia e trabalho.
O homem homossexual ficou nove anos em escravidão, sofrendo abusos sexuais e psicológicos, além de chegar a ser obrigado a tatuar as iniciais de um dos seus patrões.
Já a mulher transgênero chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no tempo em que passou escravizada, possivelmente devido ao estresse e pelas violências presenciadas e sofridas na mão do trio.
A ação foi realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho, e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e do acompanhamento da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC).
O ‘trisal’ foi preso em flagrante pela PF e os trabalhadores foram encaminhados e acolhidos pela Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela UNIPAC. No local, eles recebem assistência médica, psicológica e jurídica.
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