Decisão 'lamentável', dizem advogados de amigo de Vanessa, que esperam recurso do MP
Juiz desconsiderou acusação de tentativa de homicídio contra amigo da jornalista, presente no momento do crime; defesa fala em 'perplexidade'
21 MAR 2025 • POR Vinícius Santos • 10h44
Os advogados que representam um amigo da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada no dia 12 de fevereiro deste ano, demonstraram surpresa com a decisão do juiz Carlos Alberto Garcete, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
O magistrado aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS), tornando réu Caio César Nascimento Pereira, de 35 anos, pelo crime de feminicídio contra a jornalista, mas rejeitou a acusação de tentativa de homicídio contra o amigo de Vanessa, que estava presente no momento do ataque.
A defesa, composta pelos advogados Dr. Pablo Gusmão, Dr. Ítalo Gusmão e Dr. Willer Almeida, classificou a decisão como "perplexidade". Eles afirmaram que o juiz não levou em consideração as provas coletadas durante o inquérito policial, como a reconstituição do crime, que, segundo a defesa, comprovam a tentativa de homicídio contra o amigo da vítima.
"Nós somos totalmente favoráveis que o Ministério Público recorra da decisão, porque na decisão o magistrado, ele praticamente não considera absolutamente nada do que foi produzido no inquérito policial", disseram os advogados.
A defesa alega que o amigo de Vanessa só não foi morto por circunstâncias alheias à vontade de Caio César Nascimento Pereira, e que existem diversas situações que corroboram a tentativa de homicídio. Eles criticaram a rejeição.
O MPMS, que apresentou a denúncia de tentativa de homicídio, poderá recorrer da decisão do juiz por meio de recurso em sentido estrito. A defesa espera que o Ministério Público tome essa atitude e que a decisão seja revertida.
"Nós esperamos que o Ministério Público recorra, são situações gravíssimas que acreditamos que com o MP recorrendo, que seja revertida essa 'lamentável' decisão de rejeitar a tentativa de homicídio contra a vítima", afirmaram os advogados ao JD1 Notícias.
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