Jovem diz ter comprado IPhone falsificado por R$ 6 mil e denuncia loja de importados
O aparelho deu problema logo após ele entrar em um dos rios de Bonito; proprietário do estabelecimento alegou que o celular pifou por conta de 'mal uso', não dando a garantia para o cliente
22 JAN 2025 • POR Brenda Assis • 20h15Tiago Tavares, de 26 anos, está procurando ajuda das autoridades após dizer que foi ‘passado para trás’ por uma loja de celulares localizada na Rua Antônio João, em Campo Grande. A confusão vem se arrastando desde o dia 30 de dezembro de 2024.
Para o JD1, Tiago contou que precisou vender seu celular, um Iphone 14 Pró Max por conta de um acidente que sofreu, ficando com um Iphone 12 por alguns meses. “Decidi trocar e fui atrás de outro iphone 14. Para isso falei com uma conhecida minha e ela me disse que tinha um no estoque, mas que estava com 87% da saúde da bateria e ainda assim concordei em ficar com ele”, explicou.
O aparelho foi vendido por R$ 6 mil, com o rapaz dando seu celular como entrada (valendo R$ 1,2 mil) e parcelando o restante em 10x de R$ 440, no cartão do pai. Durante a compra, ele chegou a questionar se dispositivo já havia sido aberto, mas recebeu a garantia de que isso não havia acontecido e que todas as peças eram originais.
No dia em que comprou o celular, ao ligar, notou que a ‘saúde da bateria’ estava marcando os 100%, diferente do informado no início da compra. “Depois disso fui para Bonito, e por já ter tido um celular desse, sabia que poderia mergulhar com ele até 6 metros de profundidade por 30 minutos e como estava no rio, fomos tirar algumas fotos”, detalhou Tiago.
Foi apenas horas depois, que o jovem notou que havia ‘comprado gato por lebre’. As falhas começaram no sistema FaceID antes do aparelho parar de funcionar. “Quando fui ver, ele estava ‘inundado’. Deixei secar por algum tempo e coloquei para carregar. Quando ligou, apareceu a mensagem dizendo que a bateria não era do Iphone e sim uma similar”.
Para saber se havia alguma coisa errada, Tiago foi até a autorizada da Apple e lá teria descoberto que toda a parte traseira do celular era falsificada. Ele tentou falar com a loja onde comprou o celular, mas não teve o suporte necessário. Tiago acabou ouvindo do proprietário que os problemas que apareceram foram por ‘mal uso’ e por conta disso não teria cobertura da garantia oferecida.
“Ele me virou as costas, então expus ele nas redes sociais com provas de tudo, é claro. Por conta disso, encontrei mais de 30 pessoas que compram na mesma loja e aconteceu a mesma coisa, então decidi que não quero mais que isso aconteça com ninguém”, afirmou o rapaz.
Para tentar solucionar o problema, ele tentou falar com as equipes do Procon – MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor) e da DECON (Defesa do Consumidor), mas como não tinha nota fiscal da compra, não conseguiu ser atendido pelos órgãos.
O que diz a loja?
Para a reportagem, o proprietário explicou que não chegou a ver o aparelho celular após os danos informados pelo cliente. Toda a conversa para tentar conseguir o dinheiro de volta ou ter um aparelho novo, foram feitas através de aplicativos de mensagens.
“Ele entrou com o celular no rio e depois já foi em outra loja. Não tem como ele provar que o celular foi mexido no meu estabelecimento. Ele não fez nenhuma gravação de vídeo provando que o aparelho tinha peças trocas, ele simplesmente levou em outro lugar e alegou que o celular era todo mexido”, comentou.
O dono explicou ainda para o JD1 sobre a garantia de 90 dias, concedida para os clientes que compram o aparelho já de ‘segunda mão’. Este prazo serve apenas para defeito de fábrica, uma vez que o fato dele ter entrado no rio com o celular pode ser considerado ‘mal uso’. Durante a conversa para resolver a situação, Tiago não teria comparecido na loja, apesar do convite do proprietário.
“Qualquer pessoa leiga, que faz uma pesquisa aí sabe que quando você molha um aparelho com garantida da Apple, nem a própria Apple dá garantia do aparelho. Nunca deixei de conversar com ele, mas ele disse que iria atrás dos direitos dele e eu apenas concordei, porque ele tem o direito de fazer isso”, detalhou.
Questionado sobre a nota fiscal do produto, o comerciante alegou que Tiago recebeu sim a nota, já que todos os seus produtos são vendidos desta forma.
A pedido do proprietário do estabelecimento, o JD1 tenta contato com o advogado da loja para mais detalhes jurídicos a respeito do caso.