Polícia

Advogados corrompiam servidores para ajudar facção no narcotráfico, diz Gaeco

Segunda fase da 'Operação Snow' identificou que policiais forneciam informações privilegiadas e faziam o monitoramento das drogas

15 JAN 2025 • POR Luiz Vinicius • 09h37
Operação aconteceu em alguns pontos de Campo Grande - Divulgação/Gaeco

Advogados que estavam inseridos em uma facção atuante em Mato Grosso do Sul, eram responsáveis por corromper servidores públicos por informações privilegiadas e também contar com ajuda de policiais no monitoramento de drogas, especialmente cocaína, no narcotráfico que era realizado pela organização criminosa. A informação foi divulgada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Nesta quarta-feira (15), foi realizada a segunda fase da Operação Snow, visando cumprir 9 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga, no interior de São Paulo.

Conforme a nota divulgada pelo Ministério Público, o líder da organização criminosa atuava para monitorar eventuais investidas das forças de segurança, via cooptação de servidores públicos corruptos, o que era feito por meio de advogados.

A atuação dos advogados não se limitava à prestação de serviços jurídicos, mas envolvia a prática de ilícitos, como a corrupção de agentes públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas, além de serem conselheiros de outros assuntos sensíveis da organização.

O escoamento da droga, principalmente cocaína, era realizado por meio de empresas de transporte, inclusive, descobriu-se agora, de empresas terceirizadas dos Correios.

A primeira fase da Operação Snow, aconteceu no dia 26 de março de 2024, e segundo o Gaeco, a partir da análise do material apreendido, especialmente telefones celulares, revelou que ao menos outras 17 (dezessete) pessoas integram a organização criminosa, alvo dos trabalhos, entre os quais advogados e policial civil.