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BBB 25: Integrante está envolvido em golpe de R$ 12 bi com pirâmide de criptomoedas

Globo afirma que participante passou por uma rigorosa investigação social

14 JAN 2025 • POR Carla Andréa • 16h20
Marcelo Prata e sua esposa, Arleane Marques - Divulgação/ Globo

A estreia do BBB 25 nesta segunda-feira (13) gerou polêmica com a inclusão de Marcelo Prata, 38 anos, como participante do reality show.

Identificado como servidor público no perfil divulgado pela Globo, Prata foi um dos líderes da Unick Forex, uma pirâmide financeira que operou no Brasil e que quebrou em 2019, lesando cerca de 1,5 milhão de pessoas em um golpe de R$ 12 bilhões, conforme investigação da Polícia Federal (PF).

Embora a emissora não mencione o envolvimento de Prata no esquema fraudulento, ele se posiciona publicamente afirmando ter sido vítima, assim como muitas outras pessoas.

A Unick Forex, fundada em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, operava com promessas de retornos irreais de até 33% ao mês sobre investimentos em criptomoedas e forex.

O golpe se espalhou por todo o país com líderes responsáveis pela captação de novos investidores, que recebiam comissão por cada novo participante.

Prata, junto com seu irmão Marcos, foi um dos responsáveis por divulgar o esquema em Manaus, no Amazonas. Em vídeos gravados na época, ele aparece promovendo a empresa, afirmando que ela era séria e transparente, e exibindo um Jeep adquirido, alegando que o carro foi comprado graças aos lucros obtidos com a Unick Forex.

Em nota divulgada pela sua assessoria, Marcelo Prata se defende dizendo que, assim como milhares de outros brasileiros, foi vítima do golpe e que teve prejuízos financeiros e morais.

A assessoria ainda menciona que ele foi induzido a erro por artistas famosos e empresários de má-fé, que estavam à frente da empresa.

Segundo a Globo, Prata e sua esposa, a influenciadora Arleane Marques, participam do programa, eles passaram por uma rigorosa investigação social.

Em 2018, a Unick Forex foi alvo de investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por operar sem autorização e prometer investimentos fraudulentos.

Apesar das proibições, a empresa continuou a atrair vítimas até ser desmantelada em 2019, durante a Operação Lamanai da PF, que resultou no indiciamento de 15 pessoas, entre elas sócios e diretores, por crimes contra o sistema financeiro nacional. No entanto, os irmãos Prata não foram processados ou indiciados.

O caso da Unick Forex expôs uma falha na legislação vigente, já que, na época, não havia uma regulamentação clara para punir líderes de pirâmides financeiras.

Desde então, o marco regulatório dos criptoativos foi aprimorado, permitindo que esquemas fraudulentos como o da Unick sejam mais severamente punidos. Contudo, advogados especializados apontam que os envolvidos ainda podem ser responsabilizados, especialmente com base no Código de Defesa do Consumidor, pela responsabilidade solidária dos agentes que contribuem para o esquema.

De acordo com a Polícia Federal, a Unick Forex movimentou ilegalmente cerca de R$ 28 bilhões, com parte do montante sendo utilizado pelos responsáveis para adquirir imóveis, veículos de luxo e outros itens de alto valor. As vítimas, muitas das quais perderam economias de uma vida inteira, foram lesadas em R$ 12 bilhões.

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