Brasileira morre na Holanda em "queda acidental" de apartamento mas família desconfia
Familiares tentam acessar o inquérito que concluiu a causa da morte e suspeitam que namorado pode estar envolvido
8 JAN 2025 • POR Pedro Molina • 19h11A brasileira Taiany Caroline Martins Matos, de 32 anos, morreu na última sexta-feira (3) após cair do 4º andar do prédio em que vivia com o namorado, um empresário holandês de 53 anos, na cidade de Breda, na Holanda.
À Folha de S. Paulo, Paulo Henrique de Oliveira Lopes, amigo da vítima e advogado que representa a família, a polícia holandesa finalizou a investigação em apenas um dia e concluiu que não houve crime.
A família da brasileira, no entanto, afirma que o holandês era controlador e que ela vivia um relacionamento abusivo, e por isso tentam obter acesso ao conteúdo da investigação.
Taiany, pedagoga e natural de Brasília, se mudou para a Bélgica há seis anos em busca de uma vida melhor, e estava morando na Holanda há seis meses com o namorado, onde trabalhava em uma pizzaria e em um café.
Os pais só souberam da morte no sábado (4), após uma ligação do namorado da brasileira.
A versão apresentada, no entanto, mudou entre o noticiado e o que foi informado para o irmão de Taiany, que disse que ela havia saído à noite para beber com amigas, voltou para a casa, dormiu e faleceu durante a noite. "Ele disse que de manhã tentou acordá-la, mas ela estava morta na cama. Disse que ela tinha morrido dormindo”, contou o advogado.
O irmão dela ligou para uma amiga brasileira que também mora na Holanda, que contou que os jornais noticiaram que Taiany caiu da janela do quarto.
Foi somente no domingo (5) que a polícia, segundo o advogado, entrou em contato com a família para comunicar o desfecho da investigação. "A polícia disse que ela voltou do encontro com as amigas e o namorado tentou acessar o celular dela, eles começaram a brigar na sala. Ela correu e se trancou no quarto. A polícia falou que ela foi para a janela e colocou uma perna do lado de fora e que várias pessoas teriam visto. Nisso, ela teria se desequilibrado e caído. Para a polícia foi uma queda acidental", disse o advogado.
Em novembro, Taiany esteve no Brasil e ficou até o dia 28 de dezembro. "A gente viu como ele era controlador e ciumento. Teve um dia que a gente saiu em um grupo de amigos e ele não parava de ligar. Ela ficou mais de uma hora na ligação inventando desculpas porque ele disse que ela só poderia ficar dentro de casa", comentou.
Ainda de acordo com Lopes, amigos e familiares não tinham muitas informações sobre o relacionamento, apenas do ciúme e possessividade. "Mas sempre relatava o ciúme, possessividade e tentativa dele de controlar a vida e o comportamento dela o tempo todo. Ela comentou que estava pensando em terminar e que ficaria no Brasil, mas ele insistiu para que ela voltasse e passassem o Ano-Novo juntos", detalhou.
A família e Lopes pediram apoio para o consulado brasileiro para conseguirem acesso ao inquérito da investigação. Os familiares também estão tentando juntar R$ 50 mil até esta sexta-feira (10) para trazerem o corpo de Taiany de volta ao Brasil.
O Itamaraty disse à Folha de S. Paulo, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Amsterdã, que acompanha o caso e está em contato com as autoridades locais. Além disso, o órgão informou que está prestando assistência consular aos familiares de Taiany.
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