Economia

Longen diz que aumento da Selic é "inadequado"

Presidente da Fiems disse que a decisão desconsidera os sinais dados pela economia brasileira

11 DEZ 2024 • POR Pedro Molina • 19h00
Presidente da Fiems, Sérgio Longen - Foto: Divulgação

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, demonstrou preocupação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 1,0%.

Para Longen, a decisão é uma medida inadequada, desconsiderando os sinais de desaceleração da economia brasileira. “A elevada taxa de juros afeta diretamente os investimentos no agronegócio, no comércio e na indústria. Além disso, impacta o passivo das empresas, aumentando significativamente os custos financeiros e dificultando a competitividade dos negócios”, afirmou.

Ainda segundo o empresário, o ciclo de juros altos está diretamente ligado à inflação, que, por sua vez, é agravada pela falta de controle das despesas públicas. “Os juros estão altos porque a inflação pressiona para cima. E por que a inflação está elevada? Porque o governo não consegue conter suas despesas. Sem esse controle, ele recorre ao mercado, onde o dinheiro é escasso, pagando mais caro para captar recursos. Isso pressiona ainda mais os juros e dispara o dólar”, explicou.

Longen também destacou o impacto do dólar. “Com o dólar elevado, as matérias-primas importadas – que já são amplamente utilizadas no Brasil devido ao custo elevado da produção nacional – ficam ainda mais caras. Isso cria um ciclo vicioso de juros altos, dólar elevado e inflação pressionada, que compromete tanto a produção quanto o consumo no país”, comentou.

O presidente da Fiems ainda alertou que, com o menor estímulo fiscal previsto para 2025 e as projeções do Boletim Focus indicando um crescimento de apenas 2,0% para o PIB no próximo ano, a elevação da Selic pode piorar a situação.

“Entendo que nós, empresários, precisamos pressionar o Congresso Nacional para conter a política de gastança do Governo Federal, porque as projeções para a economia em 2025 não são boas se continuarmos nesse alinhamento. Gastos desenfreado, disparada do dólar, inflação, juros altos e a quebradeira nas empresas em razão de empresas que já tomaram recursos com juros flutuantes, o que impacta diretamente da saúde das empresas. Além disso, muitos setores não conseguem mão de obra devido aos benefícios sociais. Isso traz uma distorção de mercado e uma preocupação muito grande para o ano que vem”, finalizou

 

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