Política

Governo Maduro afirma que irá tomar as "medidas necessárias" contra o Brasil

Comunicado ainda trouxe críticas contra os diplomatas brasileiros e o ex-chanceler Celso Amorim

30 OUT 2024 • POR Pedro Molina • 15h41
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - Foto: Wikicommons

O governo de Nicolás Maduro, afirmou que irá tomar as “ações necessárias” contra o Brasil após o veto do ingresso da Venezuela no BRICS e as recentes manifestações do ex-chanceler Celso Amorim.

“Foi expressado que a Venezuela reserva-se, no marco de sua política exterior, o direito de tomar as ações necessárias em resposta a essa postura, que compromete a colaboração e o trabalho conjunto desenvolvidos até então em todos os espaços multilaterais”, diz trecho do comunicado.

A manifestação ocorre após o governo de Maduro convocar o encarregado de Negócios da embaixada do Brasil em Caracas, Breno Hermann, para manifestar “o mais firme repúdio” a declarações recentes de autoridades brasileiras.

O embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vadell, também foi chamado de volta para casa.

O documento também faz ataques contra o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, ao afirmar que o diplomata “comporta-se mais como um mensageiro do imperialismo norte-americano”.

“[Ele] tem se dedicado de maneira impertinente a emitir juízos de valor sobre processos que só dizem respeito a venezuelanos, venezuelanas e suas instituições democráticas, o que constitui uma agressão constante, que prejudica as relações políticas e democráticas entre os estados, ameaçando os laços que unem os dois países”, afirma o documento.

Na terça-feira (29), Celso Amorim falou sobre o assunto na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, onde deu mais detalhes sobre o veto da entrada da Venezuela no BRICS e afirmou que o país não cumpre requisitos básicos para integrar o bloco.

“O Brasil não quer uma expansão indefinida, o Brasil acha que tem que ser países com influência e que possam ajudar a representar a região. E a Venezuela de hoje não preenche essas condições na nossa opinião”, afirmou o diplomata.

 

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